Leitura da Palavra de Deus
Aleluia aleluia, aleluia
Eis o Evangelho dos pobres,
a libertação dos prisioneiros,
a vista dos cegos,
a libertação dos oprimidos
Aleluia aleluia, aleluia
São Judas 1,1-4
Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago, aos que receberam o chamamento divino e se mantêm no amor de Deus Pai e na entrega a Jesus Cristo; para vós, a misericórdia, a paz e o amor em abundância. Caríssimos, desejava muito escrever-vos acerca da nossa salvação comum, e senti-me obrigado a fazê-lo, para vos exortar a combater pela fé, que foi transmitida aos santos de uma vez para sempre. De facto, entre vós infiltraram-se certos homens que já há muito estão inscritos para este julgamento, uns ímpios que convertem em libertinagem a graça do nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo.
Aleluia aleluia, aleluia
O Filho do Homem veio para servir
quem quiser ser grande, faça-se servo de todos
Aleluia aleluia, aleluia
O autor da carta apresenta-se como Judas, irmão de Tiago e, portanto, "primo" de Jesus. Obviamente, esta pertença conferia-lhe uma certa autoridade na primeira comunidade cristã. Mas o autor, antes deste título, insere aquele que mais o qualifica, isto é, "servo de Jesus Cristo". Na verdade, a pertença à comunidade cristã não provém das ligações "naturais", sejam elas de sangue ou de comunhão de intenções, mas por se ser totalmente de Cristo porque fomos por Ele libertados da escravidão deste mundo, do pecado e da morte. É Jesus que nos regenerou a uma nova vida e, portanto, é a Ele que todos nós pertencemos. O cristão pertence totalmente a Cristo e, portanto, é Seu servo. Este título é de tal maneira significativo que o próprio Paulo fez dele o seu apelativo comum. A verdadeira glória do cristão é a de ser servo de Jesus e do Seu Evangelho. Judas escreve esta carta por volta do ano 90 e dirige-a aos "eleitos que são amados por Deus Pai e guardados por Jesus Cristo" (1, 1). Escrevendo aos "eleitos" (isto é, aos cristãos) salienta-se a iniciativa de Deus: os cristãos são aqueles que foram escolhidos por Deus para formar uma única família, para serem por Ele amados e preservados. O fundamento de toda a comunidade cristã e de todo o crente está no ser amado e guardado por Deus. O apóstolo, chamado no nome do Senhor a guardar os Seus filhos, escreve a um grupo de comunidades cristãs que corriam o risco de cair no erro. Chama-os "amados" porque lhes manifesta o mesmo amor do Senhor. E, precisamente por este amor, dirige-se a eles com uma carta para os ajudar a permanecer firmes na única fé; ou melhor, também eles devem "combater" por ela. Com efeito, a vida cristã é sempre luta contra o mal com o bem. Não têm outro tesouro senão o que receberam uma vez por todas e que deve ser transmitido de geração em geração. Há quem queira introduzir a divisão; são os falsos mestres. Estes, insinuando-se na comunidade, querem dividi-la, seja com o comportamento pecaminoso deles seja deturpando o Evangelho. O apóstolo avisa que desta maneira se renega Jesus, que é o único "senhor" de quem todos nós somos servos.
