ORAÇÃO TODOS OS DIAS

Oração do Dia do Senhor
Palavra de deus todos os dias
Libretto DEL GIORNO
Oração do Dia do Senhor
Domingo, 28 de Abril

Homilia

Depois da ressurreição, os apóstolos e os discípulos encontram Jesus ora no cenáculo, ora no caminho de Emaús, ora no mar de Tiberíades. De certo modo, é o que acontece também connosco, todos os domingos. Reunimo-nos para encontrar o Ressuscitado, aquele mesmo Jesus que tinha dito aos Seus, com uma incrível ternura: “Filhinhos: vou ficar convosco só mais um pouco” (Jo 13, 33). Encontramo-l’O neste nosso tempo, quando muitos consideram ser pouco importante e pouco útil ir ao Seu encontro e escutar a Sua voz. E, no entanto, no coração de todos os homens e mulheres há lágrimas, luto, lamentação e, sobretudo, angústia de viver. Quem se esquece de encontrar Aquele que derrotou a morte, ressuscitando para a vida, fica só com as próprias e humildes energias, com os seus mesquinhos sentimentos, provavelmente, cheios de auto-suficiência. Bem cedo, acabará por descobrir a angústia da vida, enquanto que a melhor parte da sua humanidade, acaba por se obscurecer. Basta erguer os olhos da nossa própria vida e olhar para outras terras para nos apercebermos de quanta morte, quantos lutos e lamentações ainda existem neste mundo. E não fazemos nada! Poderíamos, pelo menos, gritar mais contra o escândalo de tantas injustiças e prevaricações. Como é que podemos ser assim tão indiferentes, como é que podemos correr com tanta pressa na nossa vida, como que embriagados com os nossos problemas individuais ou nacionais? Como é que se pode viver, discutir, dialogar e enfrentar também a própria vida pública, sem encontrar a dor e a morte, sem sermos impelidos a construir um mundo diferente?
O crente vai ao encontro da Palavra do Ressuscitado e invoca um dia diferente: aquele dia em que não se elevarão mais lamentações porque a morte, com todo o seu poder obscuro, foi derrotada. As coisas velhas ainda são muito fortes; é necessário operar e esperar pelas coisas novas, para que o mal e os seus seguidores deixem de dominar o mundo. Não é um encontro habitual aquele que os irmãos e as irmãs convocam à volta do Ressuscitado. É um momento, grave e exaltante. Naquela noite de quinta-feira da última Ceia, Judas tinha acabado de sair e a atmosfera tinha-se tornado mais serena e familiar: então Jesus deu-lhes o “mandamento novo”. Todos os domingos é assim. O mandamento que Jesus nos deu é um mandamento “novo”: “Assim como Eu vos amei, também vós deveis amar-vos uns aos outros” (v. 34). “Novo” quer dizer “último”, “definitivo”, podemos até dizer “único”, “fundamental”. Quando à volta da mesa do Senhor - aquela mesa que todos os domingos preparamos (mesmo se a deixamos às vezes vazia) - se começam a ouvir estas palavras e se ama (procuramos amar) como Ele nos amou, acende-se em nós um amor maior, mais largo, que transcende os nossos confins habituais. Daqui nasce o desejo de um dia diferente, melhor, o desejo do fim de toda a tristeza, de toda a dor, de todo o poder obscuro. Não se pede aos cristãos para construírem a cidade cristã, a cidade santa; no entanto, reunidos à volta do Senhor, ouvimos uma voz que diz: “Esta é a tenda de Deus entre os homens! Ele vai morar com eles. Eles serão o Seu povo e Ele, o Deus-com-eles, será o seu Deus. Ele enxugará as lágrimas dos seus olhos, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem gritos, nem dor. E Aquele que está sentado no trono declarou: “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21, 3-5).
A aproximação ao Ressuscitado toca-nos e transfigura-nos: o Céu e a Terra nova iniciam quando começamos a amarmo-nos como o Senhor nos amou. Temos então a transfiguração não só de pessoas singulares, mas de um grupo, não interessa se pequeno ou grande. O próprio Jesus tinha dito: “Onde dois ou três estiverem reunidos em Meu nome, Eu estou no meio deles” (Mt 18, 20). E onde vive o Senhor, não vivem as coisas velhas: “Se tiverdes amor uns para com os outros, todos reconhecerão que sois meus discípulos” (Jo 13, 35). Foi, sobretudo, a prática do amor, afirma Tertuliano, a imprimir quase uma marca de fogo aos olhos dos pagãos: “Vede como se amam” diziam (enquanto que eles se odeiam entre si) “e como estão prontos a dar a própria vida pelo próximo” (enquanto que eles preferem matar-se uns aos outros). O mandamento “novo” não é só o distintivo de pertença a Cristo, é o próprio rosto do Senhor ressuscitado que vive naquele pequeno grupo de pobres discípulos que tentam pôr em prática o mandamento do amor.

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