ORAÇÃO TODOS OS DIAS

Oração do Dia do Senhor
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Libretto DEL GIORNO
Oração do Dia do Senhor
Domingo, 20 de Outubro

Homilia

Aproximamo-nos da conclusão do ano litúrgico. Foi um tempo no qual, de domingo a domingo, contemplámos o mistério de Jesus. As nossas semanas, os nossos dias foram como que levedados pelo fermento da Palavra de Deus. Também neste domingo, recebemos esta dádiva que se insere na vida dos nossos dias. É a curta parábola da viúva insistente: uma situação típica, não só nos usos jurídicos do Antigo Testamento. Ainda hoje, muitas vezes, acontece que um prepotente recorra a subtilezas jurídicas para arrancar aos pobres indefesos aquele pouco que possuem. O juiz - retomando a parábola evangélica - deveria, com imparcialidade e rapidamente, defender aquela pobre mulher. Mas o magistrado comporta-se exactamente ao contrário: não teme Deus nem os homens: “Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus e não respeitava os homens” (Lc 18, 2). De uma certa maneira é representada a arrogância do poder que muitas vezes encontramos na história dos homens. Já o profeta Isaías a tinha denunciado: “Ai daqueles que fazem decretos iníquos e daqueles que escrevem apressadamente sentenças de opressão, para negar a justiça ao fraco e defraudar o direito dos pobres do meu povo, para fazer das viúvas a sua presa e despojar os órfãos” (Is 10, 1-2).
A este ponto começa a história narrada pela parábola: o que fará a pobre viúva nessa situação de flagrante injustiça? Além disso, no mundo hebraico, as mulheres como ela eram não só o símbolo da fraqueza, mas também eram as mais expostas aos abusos. O próprio Deus torna-se defensor delas; de facto, é invocado como o “defensor das viúvas” sem a tutela do marido (Sl 68, 6). De qualquer modo, essa mulher não se resignou à injustiça, como geralmente costumam fazer todas. Era certamente uma vítima, mas longe de se resignar. De facto, com insistência, ia ao juiz pretendendo a justa satisfação. Não o fez só uma vez, mas várias vezes; com tenacidade não se cansava de pretender o justo, até que o juiz se decidiu a examinar o seu caso. “Pensou: “Eu não temo a Deus e não respeito os homens. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha continuamente incomodar-me” (vv. 4-5). Assim termina a parábola. Importantes são as breves conclusões feitas por Jesus. Inicialmente parecem um pouco desconcertantes, porque põem em paralelo o juiz da parábola com o próprio Deus. Trata-se de um paradoxo usado outras vezes nos Evangelhos, para eliminar qualquer dúvida das nossas mentes: “Escutai o que diz este juiz injusto. E Deus não faria justiça aos seus escolhidos que dia e noite gritam por Ele? Será que vai fazê-los esperar? Eu vos declaro que Deus lhes fará justiça, e bem depressa” (vv. 7-8). Sim, Deus não nos fará esperar muito tempo, fará justiça prontamente (há alguém que traduza ”de improviso”, “quando menos se espera”), se com insistência Lhe dirigirmos a nossa prece. Com efeito, os crentes possuem uma força incrível na oração, uma energia que consegue mudar o mundo. Provavelmente, somos todos como aquela pobre viúva, frágeis, sem poderes especiais; no entanto, esta fraqueza, na oração insistente, torna-se numa força poderosa; justamente como aquela viúva que conseguiu fazer brecha na dureza do juiz.
Infelizmente é fácil para nós, cair na desconfiança e na incredulidade, deixarmo-nos levar pelas coisas deste mundo, pelas nossas angústias, pela nossa insegurança e esquecer a oração. A primeira leitura da liturgia retirada do livro do Êxodo (17, 8-13) é um exemplo incrível da “força fraca” da oração. A Escritura apresenta-nos a figura de Moisés com as mãos erguidas para o Céu, enquanto Israel enfrenta em batalha Amalec, na planície de Rafidim. Moisés encarna todo o povo em oração. Quando ele reza, o povo de Israel vence, mas quando abaixa os braços, logo prevalece o inimigo. Aarão e Hur intervêm, um de cada lado, para lhe sustentar os braços, até ao momento da vitória final. Na oração constante, nós crentes, podemos encontrar o fundamento para construir a nossa vida e para edificar a mesma cidade dos homens, certos sobre quanto afirma o salmo 127: “Se o Senhor não constrói a casa, em vão labutam os seus construtores” (v. 1).

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