ORAÇÃO TODOS OS DIAS

Oração do Dia do Senhor
Palavra de deus todos os dias
Libretto DEL GIORNO
Oração do Dia do Senhor
Domingo, 11 de Maio

Homilia

“Que todo o povo de Israel fique a saber com certeza que Deus tornou Senhor e Cristo aquele Jesus que vós crucificastes!” (Act 2, 14). Estas palavras ecoam decisivas ainda hoje, nos nossos ouvidos. Pedro não acusa ninguém e muito menos nenhum grupo em particular; não acusa só os judeus (às vezes essas palavras foram mal interpretadas, sendo utilizadas para apadrinhar a aversão contra os hebreus); o apóstolo acusa todos, a começar por si e, depois, os outros, até mesmo os romanos e os que estavam em Jerusalém. Ninguém se opôs à injustiça que se estava a perpetrar contra aquele Justo. Todos foram co-responsáveis, quem por medo, quem por indiferença, quem por traição, quem por distracção. E, no fim de contas, pela mesma razão: salvarem-se a si mesmos e permanecer na própria tranquilidade. O único que não se salvou a si mesmo foi Jesus, por isso é que Deus interveio e arrancou-O à morte. A ressurreição é toda de Deus. Nossa é, pelo contrário, a responsabilidade da morte daquele Justo; nossa é também a responsabilidade da morte de muitos justos ainda nos dias de hoje. Eis a razão pela qual - anotam os Actos - aqueles que escutavam Pedro ao ouvirem o Evangelho da ressurreição “ficaram de coração aflito”. De facto, também eles viram a enorme distância entre a indiferença do comportamento deles e a apaixonada intervenção de Deus que liberta Jesus da morte. Antes daqueles ouvintes, já Pedro tinha ficado com o coração aflito quando ouviu o canto do galo que lhe recordou a traição. O mesmo sucedeu aos dois tristes discípulos de Emaús que sentiram “arder o coração no peito” enquanto Aquele desconhecido, que se tinha unido a eles durante o caminho, lhes explicava as Escrituras. O Evangelho toca o coração e “aquece-o”, não quando nos sentimos bons, sensíveis, religiosos, mas só quando sentimos a nossa distância de Deus, o Único Bom, quando sentimos necessidade de ajuda para não sucumbirmos na nossa fraqueza.
Num mundo onde escasseia cada vez mais o sentido da grandeza de Deus e é cada vez mais frequente o sentido da boa consideração por nós mesmos, escutar o Evangelho faz-nos descobrir o nosso lado verdadeiro. E é precisamente a consciência da fraqueza e da maldade que nos leva a perguntar: “O que é que devemos fazer?”. Não é uma pergunta formal; é a disponibilidade de transformar o coração. Aqueles ouvintes não dizem: “O que é que os outros devem fazer”, mas o que é que cada um deles deve fazer. A resposta está no Evangelho: seguir Jesus, o Bom Pastor. O Evangelho fala de um recinto para as ovelhas. Há quem entre por vias travessas: ele insinua-se como um ladrão e um salteador na noite do medo e da fraqueza, para roubar o coração dos discípulos, para enfraquecer a vida deles. Pode ser um discurso, uma pessoa, um hábito ou uma qualquer outra coisa que, no entanto, se apodera do coração dos discípulos. Há, pelo contrário, quem entre no recinto pela porta: é o pastor das ovelhas, o “porteiro abre-lhe a porta e as ovelhas ouvem a sua voz”.
Nas primeiras aparições, Jesus encontrou as portas do coração dos discípulos fechadas pelo medo e pela incredulidade. Agora, a porta abre-se, o Pastor entra e chama as Suas ovelhas uma a uma: é a Palavra do Ressuscitado que chama por nome Maria enquanto ela está a chorar diante do sepulcro; é a Palavra que chama Tomé para que deixe de ser incrédulo mas crente; é a Palavra que pergunta por três vezes a Pedro, “Simão, filho de João, amas-Me?”. É uma voz directa que pede também uma resposta directa. Não é uma voz desconhecida. É a voz do Amigo. Ela não leva para outro recinto, provavelmente até bem mais bonito e confortável; elimina, pelo contrário, qualquer tipo de vedação, qualquer barreira para pôr diante dos nossos olhos o horizonte ilimitado do amor. Diz Paulo: vós sois livres de tudo, para serdes escravos de uma só coisa, do amor. Jesus leva-nos em direcção desse amor. Ele caminha diante de nós e leva-nos para esse prado verde: “Vim para vos dar a vida e em abundância”. Quem O seguir será salvo, encontrará sustento e “nunca mais terá fome... nunca mais terá sede” (Jo 6, 35).

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