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Oração do Dia do Senhor
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XVI do tempo comum
Memória do profeta Elias que foi levado ao céu e deixou a Eliseu o seu manto.
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Oração do Dia do Senhor
Domingo, 20 de Julho

Homilia

Neste décimo sexto domingo depois do Pentecostes continua a leitura do capítulo 13 do Evangelho de Mateus que iniciámos no domingo passado. É o “capítulo das parábolas”, todo centrado na imagem do “Reino do Céu”. Trata-se de um tema central da pregação de Jesus e, portanto, decisivo para a compreensão do próprio Evangelho e da vontade de Deus sobre os homens. Com três parábolas, o Reino é comparado primeiro com o trigo obrigado a conviver com o joio, depois com uma semente microscópica, o da mostarda que, no entanto, se torna numa grande árvore e, por fim, com os poucos gramas de fermento capazes de fazer fermentar uma massa de farinha. A escuta destas palavras evangélicas provoca a dilatação do coração e da inteligência para julgar e viver a história humana. A parábola do joio, foi talvez uma das palavras evangélicas decisivas nalguns momentos históricos, principalmente, quando os religiosos viram ameaçados os direitos da verdade e sentiram a exigência de os defenderem. Podemos afirmar que um longo episódio de guerras de religião, feitas por cristãos, encontrou, sobretudo neste texto das Escrituras, um obstáculo capaz de induzir reflexões, mudanças de opinião e dúvidas. O dono do campo tem, na verdade, um comportamento muito peculiar. Ele notou que um inimigo tinha semeado joio onde ele tinha deitado a boa semente. E, no entanto, não deixou que os servos, que lhe tinham feito notar o que tinha acontecido, cortassem a erva daninha desde o início.
Porque é que este senhor refreia o zelo dos que, no fim de contas, queriam apenas defender o seu trabalho? A pergunta introduz-nos no mistério abismal do amor de Deus. No livro da Sabedoria (é a primeira leitura) lemos: “Dominas a tua força e julgas com brandura… depois do pecado, concedes o arrependimento”. A justiça dos homens deve parar diante do mistério da misericórdia. Podemos dizer que desta parábola inicia a história da tolerância cristã assim como a da sua traição. É uma parábola que seca desde a raiz a erva daninha do maniqueísmo, de qualquer possível distinção entre bons e maus, entre justos e injustos. Há aqui em foco, não só a exortação para uma tolerância ilimitada, mas também para o respeito do inimigo, ainda que seja um inimigo não só pessoal mas da causa mais justa e santa, de Deus, da justiça, da nação, da liberdade.
Esta parábola, tão longe da nossa lógica e do nosso comportamento, funda uma cultura da paz. Hoje que assistimos ao proliferar de trágicos conflitos locais e à fácil corrida ao armamento (quando nos sentimos mais fortes), é necessário repropor esta palavra evangélica para privilegiar, ou pelo menos para não excluir, o momento do diálogo e das negociações. Não é sinal de fraqueza ou de cedência. É conceder a qualquer homem a possibilidade de descer no âmago do próprio coração para reencontrar a marca de Deus e da Sua justiça. Isso requer a inteligência e, porque não, a astúcia de olhar na cara o próprio inimigo e de reconhecer-lhe a boa fé e o mesmo desejo sincero de paz. Isto significa superar a lógica do inimigo.
A parábola não diz que não há inimigos. Pelo contrário. Indica, no entanto, um modo diferente de os tratar: em vez da ceifa violenta, que corre o risco de arrancar também a planta boa, é preferível a paciente selecção e espera. É um grande ensinamento que contém uma força incrível. Esta palavra de tolerância e de paz é deveras semelhante àquele grão de mostarda e àquele punhado de fermento. Se a deixarmos crescer dentro de nós e na profundeza da história humana derrotará a inimizade e o espírito de guerra. A decisão do senhor do campo, se for acolhida, pode transformar toda a humanidade. O crescimento da erva daninha não nos deve assustar. O que conta é fazer crescer o mais possível a planta boa. Deste modo, afirmamos já na Terra o Reino do Céu.

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