Os hebreus celebram o Yom Kippur (Dia da expiação). Para os muçulmanos é a Festa do sacrifício (Aid al-Adha). Leia mais
Os hebreus celebram o Yom Kippur (Dia da expiação). Para os muçulmanos é a Festa do sacrifício (Aid al-Adha).
Leitura da Palavra de Deus
Aleluia aleluia, aleluia
Vós sois uma geração escolhida
um sacerdócio real, uma nação santa,
povo resgatado por Deus
para proclamar as suas maravilhas.
Aleluia aleluia, aleluia
Esdras 9,5-9
Na hora da oblação da tarde, levantei-me da minha aflição, com as minhas vestes e o meu manto rasgados; e, então, caindo de joelhos, estendi as mãos para o Senhor, meu Deus, e disse: «Meu Deus, estou envergonhado e confuso, ao levantar a minha face para ti, meu Deus; porque as nossas iniquidades acumulam-se sobre as nossas cabeças, e os nossos pecados chegam até ao céu. Desde o tempo dos nossos pais até ao dia de hoje, temos sido gravemente culpados; e, por causa das nossas iniquidades, fomos escravizados, nós, os nossos reis e os nossos sacerdotes, entregues à mercê dos reis dos outros países, à espada, ao cativeiro, à pilhagem e à vergonha que nos cobre ainda o rosto nos dias de hoje. Entretanto, o Senhor, nosso Deus, testemunhou-nos a sua misericórdia, deixando subsistir um resto do nosso povo e concedeu-nos refúgio no seu lugar santo. O nosso Deus quis, assim, fazer brilhar aos nossos olhos a sua luz e dar-nos um pouco de vida no meio da nossa servidão. Porque nós somos escravos, mas o nosso Deus não nos abandonou no nosso cativeiro. Ele concedeu-nos a benevolência dos reis da Pérsia, conservando-nos a vida para reconstruirmos a morada do nosso Deus e reerguermos as suas ruínas, e prometeu-nos um refúgio seguro em Judá e em Jerusalém.
Aleluia aleluia, aleluia
Vós sereis santos,
porque Eu sou santo, diz o Senhor.
Aleluia aleluia, aleluia
Regressar para a Terra Prometida não assegura a integridade e a salvação. Com efeito, habitar na terra dos pais requer fidelidade à Palavra de Deus. O exílio, mediante o qual Israel é privado da terra, foi a consequência da traição da aliança. Sucede o mesmo no período de Esdras, que manifesta a perturbação de um homem que descobre a infidelidade do seu povo. O homem de Deus, apercebe-se da vergonha não só do seu pecado, mas também do do seu povo: “ estou envergonhado e sem coragem para levantar o rosto para Ti, meu Deus, porque os nossos pecados ultrapassam a nossa cabeça, e a nossa culpa chega até ao céu”. A consciência do pecado é um aspecto essencial do homem de fé: não há salvação sem a consciência do mal e do próprio pecado. A oração nasce precisamente desta consciência que acompanha quotidianamente a vida do crente. Esdras mostra-nos a necessidade de nos analisarmos a nós mesmos, reconhecendo o amor gratuito de Deus, diante do qual, somos todos como que agraciados, como escravos libertados: “ éramos escravos, mas o nosso Deus não nos abandonou na escravidão”. O amor de Deus é maior do que o nosso pecado. Pede, no entanto, a cada um de nós, a humildade de o reconhecer sem nos escondermos atrás de muitas justificações. Esdras sabe que Deus deixou, pelo menos, um resto entre o Seu povo, os sobreviventes da deportação, que está “diante de Ti como réus”. Deus não pretende que todos sejam justos diante d’Ele (e quem o poderia ser?) mas, pelo menos, que saibamos reconhecer o próprio pecado e pedir-Lhe perdão.