ORAÇÃO TODOS OS DIAS

Oração do Dia do Senhor
Palavra de deus todos os dias

Oração do Dia do Senhor

II do tempo comum
Memória de Santo António abade. Seguiu o Senhor no deserto egípcio e foi pai de muitos monges. Dia de reflexão sobre as relações entre hebraísmo e cristianismo.
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Libretto DEL GIORNO
Oração do Dia do Senhor
Domingo, 17 de Janeiro

Homilia

A Liturgia deste domingo continua a desenvolver o mistério da manifestação do Senhor que celebrámos desde o Natal até à Epifania. A Liturgia deste dia, antigamente, cantava: "Hoje a Igreja une-se ao Noivo celeste: os seus pecados são lavados por Cristo no Jordão; os Reis Magos acorrem às bodas reais levando dons; a água foi transformada em vinho em Caná e os convidados ao banquete alegram-se. Aleluia". Na verdade, podemos dizer que celebramos todos os domingos o mistério da Epifania do Senhor: Ele manifesta-Se na Sagrada Liturgia Eucarística com os traços do Ressuscitado, d’Aquele que derrotou o mal e a morte, que transformou a solidão em comunhão e a tristeza em alegria. Todos os domingos é Páscoa, que é o momento mais elevado da Epifania do Senhor. E, no dia do Senhor, somos arrebatados das nossas casas e dos nosso afazeres quotidianos para sermos admitidos na presença de Deus, para ouvirmos a Sua Palavra, para Lhe dirigirmos a nossa oração, para saborearmos a doçura da Sua mesa. Actualiza-se o que ocorreu em Caná da Galileia. Também a notação temporal do evento – que se verificou no fim da semana – ajuda-nos a compreender o sentido eucarístico do milagre de Caná. O evangelista recorda que nos dias anteriores, Jesus tinha estado com João Baptista no Jordão, no quarto dia tinha chamado os primeiros discípulos e, precisamente, no sétimo foi a Caná para participar na festa de casamento de dois amigos. O evangelista escrevendo que "no terceiro dia houve um casamento em Caná da Galileia", liga o fim da semana à Páscoa, ao início de uma nova criação. O sinal de Caná, portanto, vai bem além da recordação do casamento. O que ocorreu em Caná, une o repouso da Criação e o início do tempo novo da Ressurreição do Senhor. Caná é a festa da mudança, é o dia do renascimento, é o dia da alegria de estar com o Senhor, é o domingo, o dia da nossa festa, o dia em que somos acolhidos e – como escreve o profeta Isaías – tornamo-nos "numa coroa magnífica na mão do Senhor, um diadema real na mão do teu Deus. Ninguém te chamará "Abandonada", e a tua terra já não terá o nome de "Desolada" mas, pelo contrário, serás chamada "Minha Delícia" e a tua terra terá por nome a "Desposada", porque o Senhor contigo se alegrará" (Is 62, 3-4). Deveremos redescobrir nesta perspectiva, a graça do domingo, o dia em que o Senhor nos dá a mão, tal como o noivo dá a mão à noiva no dia do casamento.
O trecho evangélico de Caná é um dos que, se calhar, conhecemos melhor. Todos nós nos recordamos da Mãe de Jesus que, única, se apercebe que o vinho está a acabar. Não está preocupada por Ela mesma ou pelo que poderão dizer os outros. O Seu coração e os Seus olhos vigiam para que todos estejam felizes e para que aquela festa não seja perturbada. A preocupação por aqueles jovens leva-A a pedir ao Filho para intervir: "Eles já não têm vinho". Maria sentia também Sua aquela festa, também Sua a alegria dos jovens noivos. O sentido profundo das palavras de Maria é ainda mais pessoal do que parece à primeira vista. De facto, Ela diz: "Nós não temos vinho". É uma atitude que deveríamos fazer nossa todos os dias perante as muitas pessoas que precisam de ajuda, de misericórdia, de perdão, de amizade, de solidariedade. Quando é que todas estas pessoas poderão ver também elas, o milagre de Caná? Quando é que o Senhor poderá realizar para eles o "sinal" que salvou a festa naquele dia em Caná? Também hoje precisamos dos "sinais" do Senhor que manifestem a Sua força de mudança. Em Caná, Maria indica o caminho aos servidores: "Fazei o que Ele mandar". É o caminho simples da escuta do Evangelho que também nos é indicado a nós, servidores da última hora. É um caminho que todos somos exortados a percorrer. O cristão é aquele que obedece ao Evangelho, como o fizeram aqueles servidores. E a Igreja, imitando Maria, não deixa de nos repetir: "Fazei o que Ele mandar!". Da obediência ao Evangelho, iniciam os sinais do Senhor, os Seus milagres entre os homens.
A ordem que os servidores recebem de Jesus é singular: "Enchei de água essas talhas". É uma disposição simples; tão simples que se pode ser induzido a não obedecer: o que tem a ver a água nas talhas com a falta de vinho? Eles não entendem plenamente o sentido daquelas palavras, mas obedecem. Sucede muitas vezes, também a nós, não compreender bem o sentido das palavras evangélicas. O que conta é obedecer ao Senhor. É Ele quem realiza o milagre. Depois de terem enchido as seis talhas, os servidores são exortados a tirar das talhas e a levar para a mesa o que tinham posto lá dentro. Também esta disposição parece muito estranha. Mas, mais uma vez, obedecem. E a festa está salva. Ou melhor, podemos dizer que não só está salva, como acaba em crescendo, tal como reconhece o próprio chefe de mesa: "Todos servem primeiro o vinho bom e, quando os convidados estão bêbados, servem o pior. Tu, porém, guardaste o vinho bom até agora". Jesus começou assim os Seus milagres em Caná da Galileia, anota o evangelista. Tornemos os nossos domingos semelhantes ao dia de Caná e poderemos comparar as seis talhas de pedra com os nossos seis dias da semana. Enchamo-los como o fizeram os servidores com a Palavra do Evangelho, deixemos que aquela Palavra ilumine os nossos dias: serão mais suaves e mais bonitos. Caná pode ser, na verdade, a festa do domingo que, através do dom do Evangelho, nos permite conservar o bom vinho do Senhor durante toda a semana.

PALAVRA DE DEUS TODOS OS DIAS: O CALENDÁRIO