ORAÇÃO TODOS OS DIAS

Oração do Dia do Senhor
Palavra de deus todos os dias

Oração do Dia do Senhor

I de Quaresma
Memória dos Santos Cirilo e Método, doutores da Igreja eslava e patronos da Europa.
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Libretto DEL GIORNO
Oração do Dia do Senhor
Domingo, 14 de Fevereiro

Homilia

Na quarta-feira passada, enquanto o sacerdote impunha sobre as nossas cabeças um punhado de cinzas, dizia: "Recorda-te que és pó e que pó voltarás a ser". Com estas palavras e com esse gesto iniciamos o caminho quaresmal que nos conduz à Páscoa. A consciência da nossa fraqueza, da nossa fragilidade e da nossa miséria é deveras o primeiro passo a dar para nos aproximarmos do Senhor. "Recorda-te que és pó" disse-nos o sacerdote. Sentimos que são severas estas palavras. No entanto, elas são necessárias num mundo que, falsamente, procura encobrir todas as formas de fraqueza para exaltar de todos os modos a força e a auto-suficiência. Na verdade, a vida de cada um de nós é frágil; basta, deveras, pouco para cairmos doentes de coração ou de espírito. O Senhor, porém, não nos abandona ao nosso destino de fraqueza. De facto, está escrito: "Ele ergue da poeira o fraco" (1Sm 2, 8). Há, portanto, também um anúncio de alegria na Quaresma: a Páscoa da Ressurreição não está longe. Aquele pó que era o corpo de Jesus foi ressuscitado. E nós encontramo-nos a caminho da Páscoa. Naquele dia, a nossa fraqueza, mesmo aquela extrema (a morte), será derrotada.
O tempo de Quaresma é, portanto, um momento oportuno para reconhecermos as nossas fraquezas e os nossos pecados mas, é também o tempo para contemplarmos a misericórdia e a protecção do Senhor. Sim, nós, frágeis como a poeira, fomos apanhados por Deus e plasmados de novo, criados de novo, como fez com Adão. O primeiro passo consiste, justamente, em reconhecermos a própria necessidade de ajuda e dirigirmos a Deus a nossa oração. Escutámos no Deuteronómio o que aconteceu a Israel: "Os egípcios porém, maltrataram-nos e humilharam-nos, impondo uma dura escravidão sobre nós. Clamámos então ao Senhor… e ouviu a nossa voz, viu a nossa miséria, o nosso sofrimento e a nossa opressão; e o Senhor tirou-nos do Egipto com mão forte… e trouxe-nos para este lugar, onde corre leite e mel" (Dt 26, 6-9). O antigo israelita recitava estas palavras por ocasião da festa primaveril das primícias enquanto apresentava ao sacerdote as suas ofertas. Era o reconhecimento da poderosa e libertadora misericórdia de Deus. Hoje, enquanto nos encaminhamos para a Páscoa, façamo-las também nossas.
O Evangelho das tentações abre tradicionalmente o tempo da Quaresma, se bem que as tentações referidas pelos evangelistas tenham acontecido no fim dos quarenta dias de jejum, quando Jesus estava no limite das forças. Lucas escreve que, «então» (quando teve fome), o diabo tentou-O. Na verdade, a tentação, qualquer tentação, insinua-se nas pregas da nossa fraqueza, da nossa fragilidade, para parecer, senão fascinante, certamente razoável. De resto, o que há de mais justo do que dar a possibilidade de comer a quem, durante quarenta dias, ficou sem comer? É a naturalidade da primeira tentação: "Ordena a esta pedra que se transforme em pão". Também é natural desejar possuir reinos da Terra: "Dar-Te-ei todo o poder e riqueza destes reinos"; bastava que Jesus se tivesse ajoelhado: e, efectivamente, a quantas coisas nos prostramos, sem tantos escrúpulos! E é também comum aquela tentação que nos leva a culpar Deus quando não nos protege como desejaríamos. "Atira-Te daqui a baixo porque os anjos proteger-te-ão"; é a tentação de pôr Deus ao nosso serviço e não vice-versa, ou também de culpar o Senhor pelo mal que nos acontece.
São três tentações simbólicas; elas, de certo modo, resumem todas as tentações que cada homem padece ao longo da própria vida. O próprio Jesus não foi tentado só naquele momento (já no versículo o evangelista escreve que Jesus foi conduzido pelo Espírito no deserto onde, por quarenta dias, foi tentado pelo demónio); e Lucas anota que o Tentador se afastou de Jesus "para voltar em tempo oportuno": certamente no jardim das Oliveiras e na Cruz. Jesus tornou-Se semelhante a nós em tudo, também nas tentações, mas venceu-as. Como? Referindo-Se sempre à Palavra de Deus. As três respostas às respectivas tentações tornam-se, portanto, também elas emblemáticas: a Palavra de Deus é a nossa força; de fracos que somos tornamo-nos vencedores do mal. Neste sentido, este tempo da Quaresma é o tempo favorável para redescobrirmos a força da Palavra de Deus na nossa vida frágil: deveras "não só de pão vive o homem, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus" (Mt, 4, 4).

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