ORAÇÃO TODOS OS DIAS

Oração do Dia do Senhor
Palavra de deus todos os dias

Oração do Dia do Senhor

XII do tempo comum
Memória de São Romualdo (950-1027), anacoreta e pai dos monges camaldulenses.
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Oração do Dia do Senhor
Domingo, 19 de Junho

Homilia

"Quem dizem as multidões que Eu sou?" É a pergunta que Jesus faz aos Seus discípulos em Cesareia de Filipe (Lc 9, 18-24). O evangelista não indica o lugar mas especifica a situação de Jesus quando se dirige com estas palavras aos discípulos, isto é, "Jesus estava a rezar num lugar retirado e os discípulos estavam com Ele" (v. 18). Não se trata de uma espécie de sondagem eleitoral por parte de Jesus; apesar dos Evangelhos, manifestarem, em várias circunstâncias, a diversidade de opiniões e de atitudes das pessoas para com este singular profeta de Nazaré. Lucas põe na boca dos discípulos algumas das opiniões mais comuns: "Alguns dizem que és João Baptista; outros que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou" (v. 19). A cada uma destas atribuições correspondia um grau mais ou menos elevado de popularidade ou, de qualquer modo, de adesão.
No entanto, Jesus não está muito interessado com o parecer das pessoas; o que realmente Lhe interessa é o que os discípulos pensam d’Ele. E o motivo compreende-se na sequência do conto evangélico. Jesus está para iniciar um caminho verdadeiramente difícil para Jerusalém. Ele está ciente do recontro que surgirá entre a Sua pregação e as autoridades religiosas (os anciãos e as leis dos sacerdotes) e espirituais (os doutores da lei) que dominam Israel. E certamente recorda-Se das numerosas passagens do Antigo Testamento onde se fala do servidor sofredor ou do justo "trespassado", como ouvimos da leitura do profeta Zacarias. Mas se para Ele é claro o que Lhe acontecerá, não o é para os discípulos. Por isso, Jesus, sem comentar as opiniões das pessoas, pergunta logo aos discípulos: "E vós, quem dizeis que Eu sou?" (v. 20). É a pergunta central do trecho evangélico. Ela requer certamente ideias claras mas, sobretudo, adesão do coração. E Pedro, em nome de todos responde: "O Messias de Deus". É uma resposta que se não está totalmente clara na mente de Pedro, é certamente plena e límpida no plano da sua adesão afectiva e existencial. Fica agora claro que Jesus para os discípulos não é só um mestre de doutrinas, é O amigo, é O confidente, é a vida deles, é O salvador.
A conversação que se instaura entre Jesus e os discípulos, não se assemelha à que se processa no âmbito de uma qualquer organização, mas é um diálogo familiar, confidente. Jesus abre o Seu coração e confia aos Seus amigos mais íntimos o que Lhe acontecerá em Jerusalém. De resto veio à Terra para cumprir não a Sua mas a vontade do Pai, o que quer que ela comporte. O anúncio "confidencial" da Sua paixão, morte e ressurreição, certamente choca o pequeno grupo de discípulos. Mas Jesus sabe bem que esta é a essência do Seu Evangelho e por nenhuma razão do mundo pode renunciar. Pelo contrário, todo aquele que O queira seguir deve acolhê-la. Continua, portanto, a falar propondo algumas indicações sobre o que significa segui-l’O. A primeira e fundamental condição, no entanto, é uma adesão plena e total a Ele. Jesus quer que os discípulos sejam discípulos não só exteriormente mas com o coração; não a meias, mas totalmente. E justamente no início da Sua viagem para Jerusalém - estamos ainda na Galileia - diz aos que O escutam: "Se alguém quer seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-Me". Mais adiante, ainda mais duramente, dirá: "Se alguém vem a Mim, e não dá mais preferência a Mim do que ao pai, à mãe, à mulher, aos filhos, aos irmãos, às irmãs, e até mesmo à sua própria vida, não pode ser meu discípulo" (Lc 14, 26).
A ligação requerida é forte, mais forte do que o vínculo natural que cada um de nós tem para com os próprios pais, filhos, marido ou mulher e mais forte do que a ligação que cada um tem para consigo próprio, com os seus afazeres e os seus interesses. A chocante expressão "preferir", certamente deve ser entendida; mas, de qualquer modo, é forte. E não pode ser de outra maneira. Não deve ser, por isso, atenuada na sua força. Jesus pede peremptoriamente para ser amado acima de todas as coisas; exige estar antes de qualquer afeição e de qualquer assunto. Ou, melhor, pretende ser o primeiro afecto e o primeiro assunto. Tudo isso requer cortes e divisões a efectuar em cada um de nós, a começar, precisamente, do coração. Este é o lugar onde se escolhe a quem confiar a própria vida: se a si mesmo, à própria carreira, a tantos outros ídolos, ou ao Senhor. É óbvio que cada corte, cada divisão, requer esforço e sacrifício; às vezes, uma verdadeira luta. Que deve ser combatida por todos os discípulos. As palavras do Senhor não se referem só a uma particular categoria de pessoas (padres, religiosos, freiras) mas a todos os cristãos, a todos os que escolhem seguir Jesus. O seguir, como dizia é, antes de mais, um facto afectivo: Jesus deve ser seguido com o coração, isto é, amando-O, pensando n’Ele, falando com Ele, tendo-O sempre à frente dos olhos, procurando pôr em prática aquilo que Ele diz.
Neste sentido, seguir é o fulcro da mensagem moral do Evangelho. A experiência de Jesus e o Seu estilo de vida representam a inderrogável norma de vida de cada cristão. Seguir Jesus significa estar pronto para percorrer o Seu caminho, acatar sobre si a recusa do mundo, a incompreensão e também a difamação. Mas o fim será a ressurreição, a plenitude da vida. Jesus liga o discípulo ao Seu destino pessoal. Parece dizer: "O caminho que estou para empreender é também o vosso caminho". E termina com uma frase deveras alheia para nós, mas que é a sínteses da Sua vida: "Quem quiser salvar a vida vai perdê-la; mas quem perde a vida por minha causa, salvá-la-á" (v. 24). Quem "perde" a vida, isto é, quem a dá seguindo Jesus, salva-a realmente. Não a perdeu atrás de coisas vãs e ilusórias.

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