ORAÇÃO TODOS OS DIAS

Oração do Dia do Senhor
Palavra de deus todos os dias

Oração do Dia do Senhor

II de Páscoa
Domingo da “Divina Misericórdia”.
Memória de Santo Adalberto, bispo de Praga. Sofreu o martírio na Prússia oriental para onde tinha ido anunciar o Evangelho (+997). Viveu durante muito tempo em Roma onde a sua memória é venerada na basílica de São Bartolomeu na Ilha Tiberina.
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Libretto DEL GIORNO
Oração do Dia do Senhor
Domingo, 23 de Abril

Homilia

O Evangelho que nos é anunciado parece querer escandir o tempo dos crentes sobre o evento pascal: é a Páscoa que dá o ritmo à vida dos discípulos. E isto, desde o início. Com efeito, Jesus ressuscitado depois de ter aparecido aos discípulos no dia de Páscoa, regressa novamente para o meio deles, oito dias depois. Podemos dizer, no domingo seguinte. Desta vez também Tomé está presente. E assim, todos os domingos até hoje, ininterruptamente, desde há dois mil anos, os discípulos de Jesus reúnem-se em qualquer parte da Terra para poderem reviver o encontro com o Senhor ressuscitado.
Os apóstolos estavam refugiados no Cenáculo, de portas fechadas, com medo. Medo de perder a própria vida e a tranquilidade ou, também, o pouco que lhes tinha sobrado após a morte de Jesus. Estavam tristes e resignados; tanto é que tinham troçado das mulheres que cheias de temor mas também de alegria lhes tinham anunciado a ressurreição de Jesus. Mas, naquele dia, o Senhor abriu-lhes o coração e venceu a incredulidade deles. Ao verem o Senhor – escreve o evangelista – os discípulos ficaram contentes e cheios do Espírito Santo. Ficaram profundamente transformados como que cheios de uma nova e irresistível energia interior. Já não eram como dantes. E logo referiram a Tomé: “Nós vimos o Senhor!”. Mas Tomé não acreditou neles: “Se não vir a marca dos pregos nas mãos de Jesus, se não colocar o meu dedo na marca dos pregos e se não meter a mão no seu lado, não acreditarei”. E, no entanto, nem sequer era um discípulo mau ou medíocre, nem era um racionalista frio, o homem dos factos concretos, da experiência, o homem positivo que não se deixa levar pela emoção e pelo sentimento, como as mulheres de que fala o Evangelho. Na verdade, Tomé era um homem de fortes sentimentos: quando Jesus decidiu ir ter com o amigo Lázaro, apesar dos perigos de morte, foi ele o primeiro a dizer: “Vamos nós também, para morrermos com Ele”.
E quando Jesus falou da Sua partida, Tomé, em nome de todos disse-Lhe: “Senhor, não sabemos para onde vais; como podemos conhecer o caminho”. Tomé não era um homem insensível. No entanto, já tinha aceite que a ressurreição de que Jesus também tinha falado, fosse apenas uma maneira de dizer, apenas palavras. E quando os outros dez lhe anunciaram o Evangelho da Páscoa, ele respondeu com o seu discurso, com o seu “credo”: se não vir e se não meter a mão no Seu lado, não acreditarei. É o “credo” de um homem que não é mau, antes pelo contrário, generoso. Mas para ele existe apenas o que ele vê e toca. É o credo de muitos homens e de muitas mulheres que, mais que racionalistas, são egocêntricos. É o credo dos que estão prisioneiros do próprio horizonte restrito, prisioneiros das próprias sensações, fechados, precisamente, apenas no que vêm e tocam. Eles não acreditam no que não conseguem tocar, não acreditam no que está longe deles e dos seus interesses. É o “não credo” de um mundo de egocêntricos que facilmente se torna num mundo preguiçoso, violento e injusto. É verdade, porque o egocentrismo induz sempre a fecharmo-nos e a tornarmo-nos incrédulos. Por isso, muitas vezes o credo de Tomé também é o nosso credo.
Oito dias depois da Páscoa, Jesus regressa entre os discípulos. Desta vez também Tomé está presente. Podemos dizer: também nós estamos. E Jesus, depois de ter repetido a saudação de paz, exorta Tomé a tocar as Suas feridas. Na verdade, é Jesus que toca o coração incrédulo do discípulo chamando-o por nome e dizendo-lhe “não sejas incrédulo, mas crente”. Estas palavras cheias de afecto e de terna censura, levam Tomé a ajoelhar-se. Ele não precisou de tocar, porque foi tocado no próprio coração pelo Evangelho. Não há dúvidas de que viu o Senhor ainda com as marcas das feridas. E, provavelmente, foi precisamente a vista do corpo ferido, o veículo através do qual as palavras do Senhor chegaram ao coração de Tomé. “Chega aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; estende a tua mão e mete-a no meu lado”, diz Jesus a Tomé. É verdade, é preciso meter as mãos nos muitos corpos feridos, doentes e enfraquecidos que encontramos, se quisermos encontrar o Senhor ressuscitado. A vitória sobre a nossa incredulidade e sobre a incredulidade do mundo começa precisamente daqui: escutar o Evangelho da Páscoa e tocar as feridas do corpo de Jesus ainda cheio de chagas em muitos homens e mulheres próximos e afastados de nós. Daqui nasce a alegria da Páscoa. O apóstolo Pedro recorda-nos: “Vós nunca vistes Jesus e, apesar disso, amai-l’O; não O vedes mas acreditais n’Ele. E por isso sentis alegria extraordinária e gloriosa” (1Pt 1, 8).

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