Na Basílica de Santa Maria in Trastevere, reza-se pela paz. Leia mais
Na Basílica de Santa Maria in Trastevere, reza-se pela paz.
Leitura da Palavra de Deus
Aleluia aleluia, aleluia
Eis o Evangelho dos pobres, a libertação dos prisioneiros,
a vista dos cegos, a libertação dos oprimidos
Aleluia aleluia, aleluia
Salmo 123 (124), 1-8
1 Se o Senhor não estivesse do nosso lado
- Israel que o diga -,
2 Se o Senhor não estivesse do nosso lado,
quando os homens nos assaltaram...,
3 ter-nos-iam engolido vivos,
tal era o fogo da sua ira.
4 As águas ter-nos-iam inundado,
a torrente teria chegado ao pescoço;
5 as águas espumejantes
chegariam ao nosso pescoço!
6 Seja bendito o Senhor! Ele não nos entregou
como presas para os seus dentes.
7 Fugimos vivos, como o pássaro foge
da rede do caçador:
a rede rompeu-se,
e nós escapámos.
8 O nosso auxílio é o Nome do Senhor:
que fez o Céu e a Terra.
Aleluia aleluia, aleluia
O Filho do Homem veio para servir
quem quiser ser grande, faça-se servo de todos
Aleluia aleluia, aleluia
O Salmo 123 é a proclamação comunitária e coral da salvação, que se realiza enquanto é cantada. O salmista é um homem que provou a força do mal, ao ponto de se sentir à beira da morte: os inimigos tê-lo-iam engolido vivo, tal como as águas impetuosas que tudo arrastam e submergem. Talvez se faça referência a uma guerra (“quando os homens nos assaltaram”), de cuja violência se livrou. Para o salmista é claro que a sua sobrevivência se deve à intervenção de Deus. Repete duas vezes: “se o Senhor não estivesse do nosso lado” (v. 1). Muitas vezes, nos salmos encontram-se crentes que numa situação difícil, de doença, de hostilidade, de opressão, provam a força libertadora de Deus. No Salmo 117 um homem cercado pelos inimigos canta a misericórdia de Deus, que o salvou. No Salmo 70 é um velho que, no fim das forças encontra refúgio e reparo em Deus, no momento em que não parece haver mais esperança, segundo os que o cercam. As águas que submergem recordam-nos o episódio evangélico dos discípulos surpreendidos pela tempestade (Mc 4, 35-41). Foram tomados pela angústia devido às ondas que quase viravam a barca e dirigiram-se a Jesus que dormia: “Mestre, não Te importa que morramos?” Se o Senhor não tivesse estado com eles! Nas dificuldades da vida, que são muitas vezes como o mar em tempestade, sentimo-nos sucumbir, sentimos que não conseguimos sobreviver, que somos levados pelos eventos. A nossa oração chega a tornar-se, às vezes, até numa censura ao Senhor. Na verdade, facilmente nos esquecemos da presença zelosa do Senhor ao nosso lado, como aqueles discípulos que chegaram a pensar que Jesus não se preocupava da situação difícil em que se encontravam. Não devemos recear em nos dirigirmos a Ele na oração de todos os dias e não só quando o mar está em tempestade e a vida se torna demasiado dura e descobrimos a nossa fragilidade. O Senhor acalma o mar e o vento com a Sua Palavra. Seja louvado o Senhor, que não nos deixou prisioneiros do mal, mas nos libertou. Deveras, a nossa ajuda está no Nome do Senhor, que fez o Céu e a Terra.