... Enquanto Deus cuida da Sua criação, e nós, os homens somos chamados a colaborar na sua obra, a guerra destrói. Destrói até mesmo o que Deus criou de mais belo: o ser humano. A guerra atrapalha tudo, até mesmo o laço entre os irmãos. A guerra é louca, propõe a destruição como plano de desenvolvimento: querer desenvolver-se através da destruição!
A ganância, a intolerância, a ambição de poder ... são as razões que impelem à opção bélica, e essas razões são muitas vezes justificadas por uma ideologia; mas antes dessa existe a paixão, o impulso desordenado. A ideologia é uma justificação, e quando não há uma ideologia, existe a resposta de Caim: "A mim, que me importa?". "Sou, porventura, guarda do meu irmão?" (Gn 4, 9). A guerra não respeita ninguém: nem idosos, nem crianças, nem mães, nem pais ... "A mim, que me importa?".
Por cima da entrada deste cemitério, campeia irônico o lema da guerra: “A mim, que me importa?” Todas as pessoas, cujos restos repousam aqui, tinham seus projetos, seus sonhos, mas as suas vidas foram ceifadas. Porque? Porque a humanidade disse: "A mim, que me importa?" ....
Da homilia no Sacrário Militar de Redipuglia, 13 de Setembro de 2014
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