change language
você está em: home - news newsletterlink

Support the Community

  
2 Janeiro 2015

AS PALAVRAS DO PAPA FRANCISCO

Quando numa cidade os pobres e débeis são cuidados, revelam-se como o tesouro da Igreja e um tesouro na sociedade.

 
versão para impressão

 Sendo Bispo de Roma, gostaria de reflectir sobre o nosso viver em Roma que representa um grande dom, porque significa habitar na cidade eterna, para um cristão significa sobretudo fazer parte da Igreja fundada no testemunho e no martírio dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo. E por conseguinte também por isto damos graças ao senhor. Mas ao mesmo tempo representa uma grande responsabilidade. Jesus disse: «A quem foi dado muito, muito será pedido» (cf. Lc 12, 48). Então, perguntemo-nos: nesta cidade, nesta Comunidade eclesial, somos livres ou escravos, somos sal e luz? Somos fermento? Ou somos opacos, insípidos, hostis, desanimados, irrelevantes e cansados?

Sem dúvida, as graves vicissitudes de corrupção emersas recentemente requerem uma séria e consciente conversão dos corações para um renascimento espiritual e moral, assim como por um renovado compromisso para construir uma cidade mais justa e solidária, na qual os pobres, os débeis e os marginalizados estejam no centro das nossas preocupações e da nossa acção diária. É preciso uma grande e quotidiana atitude de liberdade cristã para ter a coragem de proclamar na nossa cidade, que é necessário defender os pobres, e não se defender dos pobres, é preciso servir os débeis e não se servir dos débeis!

O ensinamento de um simples diácono romano pode ajudar-nos. Quando pediram a são Lourenço para mostrar os tesouros da Igreja, ele trouxe simplesmente alguns pobres. Quando numa cidade os pobres e débeis são cuidados, socorridos e ajudados a promover-se na sociedade, revelam-se como o tesouro da Igreja e um tesouro na sociedade. Ao contrário, quando uma sociedade ignora os pobres, persegue-os, criminaliza-os, obriga-os a «mafiar-se», tal sociedade empobrece-se até à miséria, perde a liberdade e prefere «o alho e as cebolas» da escravidão, da escravidão do seu egoísmo, da sua pusilanimidade e ela deixa de ser cristã.