Faço apelo à consciência dos governantes, para que se alcance um consenso internacional para a abolição da pena de morte.

Que nenhuma condenação seja executada neste Ano Santo da Misericórdia.

Amados irmãos e irmãs!

Amanhã terá lugar em Roma um congresso internacional com o título: «Para um mundo sem a pena de morte», promovido pela Comunidade de Santo Egídio. Faço votos por que o simpósio possa dar renovado impulso ao compromisso pela abolição da pena capital. Um sinal de esperança é constituído pelo surgimento, na opinião pública, de uma contrariedade à pena de morte cada vez mais difundida, até como instrumento de legítima defesa social. Com efeito, as sociedades modernas têm a possibilidade de reprimir eficazmente o crime sem privar de modo definitivo aquele que o cometeu da possibilidade de se redimir. O problema deve ser visto na óptica de uma justiça penal que seja cada vez mais conforme com a dignidade do homem e com o desígnio de Deus sobre o homem e sobre a sociedade e também com uma justiça penal aberta à esperança da reinserção na sociedade. O mandamento «não matarás» tem valor absoluto e diz respeito quer ao inocente quer ao culpado.

O Jubileu extraordinário da Misericórdia é uma ocasião propícia para promover no mundo formas cada vez mais maduras de respeito da vida e da dignidade de cada pessoa. Também o criminoso mantém o direito inviolável à vida, dom de Deus. Faço apelo à consciência dos governantes, para que se alcance um consenso internacional para a abolição da pena de morte. E proponho a quantos deles são católicos que façam um gesto corajoso e exemplar: que nenhuma condenação seja executada neste Ano Santo da Misericórdia.

Todos os cristãos e homens de boa vontade estão chamados hoje não só a comprometer-se pela abolição da pena de morte, mas também a melhorar as condições carcerárias, no respeito pela dignidade humana das pessoas privadas da liberdade.

Do Angelus de 21 fde Fevereiro de 2016