Há sempre alguém que sente fome e sede e precisa de mim. Não posso delegar outra pessoa.

 Na Bíblia, um Salmo diz que Deus é aquele que «dá o alimento a todos os viventes» (136, 25). A experiência da fome é dura. Quantos viveram períodos de guerra ou carestia sabem-no. Entretanto esta experiência repete-se todos os dias e convive ao lado da abundância e do desperdício. São sempre atuais as palavras do apóstolo Tiago: «De que aproveitará, irmãos, a alguém dizer que tem fé, se não tiver obras? Acaso esta fé poderá salvá-lo? Se a um irmão ou a uma irmã faltarem roupas e o alimento quotidiano, e algum de vós lhes disser: “Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos”, mas não lhes der o necessário para o corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se não tiver obras, está morta em si mesma» (2, 14-17) porque é incapaz de realizar obras, de praticar caridade, de amar. Há sempre alguém que sente fome e sede e precisa de mim. Não posso delegar outra pessoa. Este pobre precisa de mim, da minha ajuda, da minha palavra, do meu compromisso. Estamos todos envolvidos nisto.

AUDIÊNCIA GERAL, Quarta-feira, 19 de Outubro de 2016