Festa dos santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael. A Igreja etíope, uma das primeiras de África, venera São Miguel como seu protector. Leia mais
Festa dos santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael. A Igreja etíope, uma das primeiras de África, venera São Miguel como seu protector.
Leitura da Palavra de Deus
Aleluia aleluia, aleluia
Todo o que vive e crê em mim
não morrerá jamais.
Aleluia aleluia, aleluia
São Lucas 9,43b-45
«Prestai bem atenção ao que vou dizer-vos: o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens.» Eles, porém, não entendiam aquela linguagem, porque lhes estava velada, de modo que não compreendiam e tinham receio de o interrogar a esse respeito.
Aleluia aleluia, aleluia
Se tu creres verás a glória de Deus
diz o Senhor.
Aleluia aleluia, aleluia
O trecho evangélico que escutámos, apresenta o segundo anúncio da Paixão, Morte e Ressurreição. Jesus é como que obrigado a repeti-lo. De resto o momento da morte e ressurreição representa a Sua "hora": a da glória que passa através da cruz. Mas era deveras difícil para os discípulos compreenderem esse discurso. Eles, como todos os hebreus daquele tempo, não eram capazes de aceitar a figura de um Messias como servo e, muito menos, derrotado. Aguardavam um Messias vitorioso à maneira do mundo, isto é, vitorioso sobre os inimigos e que libertasse Israel da escravidão dos inimigos. Esse conceito encontrou conforto na cura de uma criança libertada de um espírito demoníaco que a possuía. A maravilha suscitada por esta cura levou Jesus a reunir os discípulos e a esclarecer, mais uma vez, qual fosse o Seu caminho. E de novo insiste: "Prestai bem atenção: o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens". Ser "entregue nas mãos dos homens", na linguagem bíblica, significa o destino doloroso e cruel de uma pessoa abandonada por Deus e deixada, precisamente, nas mãos dos homens e do arbítrio deles. Com efeito, acontecerá precisamente isso. Mas, apesar dessa clareza, os discípulos não compreendem. É uma nota que podemos aplicar também a nós mesmos que, amiúde, estamos distantes, precisamente como estavam os discípulos de então, dos pensamentos de Jesus, das Suas preocupações e, sobretudo, do sentido que tinham de si mesmo e da sua própria missão. Não é que os discípulos não compreendam as Suas palavras, mas correm o risco de não compreender a própria substância da Sua missão: isto é, que a salvação vem através da Sua morte. De resto, como é possível aceitar um Messias derrotado? Isso é um escândalo para os judeus e loucura para os pagãos, dirá o apóstolo Paulo. E também para nós, hoje, esse caminho continua a ser insensato. E, no entanto, é da Cruz que nasce a salvação, é de um amor que não conhece limites que vem o resgate dos homens da escravidão do pecado. Não é na força e no poder humano que se realiza a salvação, mas apenas no caminho do amor por todos, um amor que chega ao ponto de dar a própria vida pelos próprios inimigos. O evangelista anota que os discípulos continuam a não entender as palavras de Jesus e permanecem em silêncio, sem pedirem ulteriores explicações. É uma atitude de dureza e de desconfiança. Não aceitam a própria ignorância e preferem permanecer na escuridão. No entanto, Jesus não os abandona. Continua a ensiná-los, na esperança que, aos poucos, compreendam o Evangelho. Isto vale também para todos nós, hoje. No entanto, é preciso continuar a deixarmo-nos conduzir e instruir.