Recordação de Santa Teresa de Lisieux (+1897), freira carmelita animada por um profundo sentido da missão da Igreja. Leia mais
Recordação de Santa Teresa de Lisieux (+1897), freira carmelita animada por um profundo sentido da missão da Igreja.
Leitura da Palavra de Deus
Aleluia aleluia, aleluia
Eu sou o Bom Pastor,
minha voz as ovelhas escutam,
E serão um só rebanho e um só Pastor.
Aleluia aleluia, aleluia
Job 19,21-27b
Compadecei-vos! Compadecei-vos de mim, vós, meus amigos,
porque a mão de Deus me feriu.
Porque me perseguis como Deus,
e vos mostrais insaciáveis da minha carne?
Quem me dera que as minhas palavras se escrevessem
e se consignassem num livro,
ou gravadas em chumbo com estilete de ferro,
ou se esculpissem na pedra para sempre!
Eu sei que o meu redentor vive
e prevalecerá, por fim, sobre o pó da terra;
e depois de a minha pele se desprender da carne,
na minha própria carne verei a Deus.
Eu mesmo o verei,
os meus olhos e não outros o hão-de contemplar!
As minhas entranhas consomem-se dentro de mim.
Aleluia aleluia, aleluia
Eu vos dou um mandamento novo:
amai-vos uns aos outros!
Aleluia aleluia, aleluia
Job, contrariamente aos seus amigos que não conseguem entrar no seu coração, compreende muito bem o sentido das palavras que eles lhe dirigem: "Quereis cantar vitória, lançando-me na cara a minha vergonha?" Eles não sabem ou provavelmente não querem entrar deveras na situação do amigo para compreenderem os motivos profundos e assumirem-nos. Ficam de fora, para repetirem unicamente uma doutrina. Job não suporta essa lição incessante por parte dos amigos. Não está interessado nos discursos deles. O único com quem gostaria de discutir é com o Senhor que chama incessantemente em causa, mas de quem, no entanto, continua a não ter nenhuma resposta. Job chega até mesmo a descrever o Senhor como um adversário, como aquele que não escuta o grito do oprimido, que chega até mesmo a impedir o seu caminho, que lhe despe da sua reputação, que lhe tira a esperança, que acende contra ele a ira, que lhe tira a amizade. Mas há mais na vida de Job. Até os irmãos, os amigos, os conhecidos se afastaram dele, desapareceram, horrorizados pela sua situação. O grito desesperado que sai da boca de Job ajuda-nos a compreender a situação dos muitos pobres, abandonados por todos, desprezados, ameaçados, inexistentes para a maioria das pessoas. De qualquer modo, Job não deixa de suplicar ao Senhor: "Tende piedade, meus amigos, tende piedade de mim, porque a mão de Deus me feriu". No entanto, Job tem a certeza de que Deus não o abandonou completamente. Com efeito, ele não é como os outros homens. Por isso, sai da sua boca uma oração cheia de dor e de fé: "Eu sei que o meu redentor está vivo e que no fim Se levantará acima do pó!... Eu mesmo O verei, e não outro; eu O verei com os meus próprios olhos".