Leitura da Palavra de Deus
Aleluia aleluia, aleluia
Eu sou o Bom Pastor,
minha voz as ovelhas escutam,
E serão um só rebanho e um só Pastor.
Aleluia aleluia, aleluia
São João 16,16-20
«Ainda um pouco, e deixareis de me ver; e um pouco mais, e por fim me vereis.» Disseram entre si alguns dos discípulos: «Que é isso que Ele nos diz: ‘Ainda um pouco, e deixareis de me ver, e um pouco mais, e por fim me vereis'? E também: ‘Eu vou para o Pai'?» Diziam, pois: «Que quer Ele dizer com isto: ‘Ainda um pouco'? Não sabemos o que Ele está a anunciar!» Jesus, percebendo que o queriam interrogar, disse-lhes: «Estais entre vós a inquirir acerca disto que Eu disse: ‘Ainda um pouco, e deixareis de me ver, e um pouco mais, e por fim me vereis'? Em verdade, em verdade vos digo: haveis de chorar e lamentar-vos, ao passo que o mundo há-de gozar. Vós haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há-de converter-se em alegria!
Aleluia aleluia, aleluia
Eu vos dou um mandamento novo:
amai-vos uns aos outros!
Aleluia aleluia, aleluia
"Daqui a pouco não Me vereis mais; porém, mais um pouco, e tornareis a ver-Me". Com estas palavras, intencionalmente enigmáticas, muito provavelmente Jesus aludia à Sua morte (a partida) e à Sua ressurreição (o regresso), que ocorreriam daí a pouco. Além do mais, os discípulos não conseguiam compreender este mistério. Jesus tinha tentado dizer-lhos por três vezes. E, todas as vezes, teve de constatar a distância deles. Jesus tenta, de todos os modos, fazer com que eles participem da hora que Ele está para viver. Mas os discípulos estão distantes do Seu coração e dos Seus pensamentos. É uma situação que nós conhecemos muito bem: quantas vezes não entendemos o Evangelho, precisamente porque demasiado concentrados em nós mesmos? O evangelista, ao referir estas palavras, deseja estender o sentido delas também à experiência cristã sucessiva que será caracterizada pela dor dos discípulos causada pela perseguição a que estarão sujeitos, enquanto que assistem à euforia dos inimigos pelo sofrimento deles. Mas sobrevém a alegria pela intervenção de Deus que liberta do mal. A insistência do evangelista em referir o termo "pouco" (repetido sete vezes em quatro versículos) sugere que o Senhor não demora em intervir para ajudar os discípulos. Jesus vê que os discípulos estão a discutir sobre o que tinha acabado de dizer e intervém sem, no entanto, responder às suas perguntas, dizendo: "ides gemer e lamentar-vos, enquanto o mundo vai alegrar-se. Ficareis angustiados, mas a vossa angústia transformar-se-á em alegria". Jesus - que naquela noite tinha diante dos olhos o futuro da Igreja, daqui a pouco intercederá ao Pai por eles e por aqueles que acreditarão na palavra deles (Jo 17, 20) - tranquiliza-os dizendo-lhes que regressará em breve para os ajudar e que a tristeza deles transformar-se-á em alegria. É o mistério da vida cristã como luta entre o bem e o mal em que nós participamos. Jesus tranquiliza-nos: com a vitória, dar-nos-á também a alegria.
