Leitura da Palavra de Deus
Aleluia aleluia, aleluia
Eis o Evangelho dos pobres, a libertação dos prisioneiros,
a vista dos cegos, a libertação dos oprimidos
Aleluia aleluia, aleluia
Amós 2,6-10.13-16
Assim fala o Senhor:
«Por causa do triplo e do quádruplo crime de Israel,
não revogarei o meu decreto.
Porque vendem o justo por dinheiro
e o pobre, por um par de sandálias;
Aleluia aleluia, aleluia
O Filho do Homem veio para servir
quem quiser ser grande, faça-se servo de todos
Aleluia aleluia, aleluia
Este oráculo do profeta surge na sequência dos crimes cometidos contra os pobres. Sete pecados, todos caracterizados pela injustiça e pela corrupção da vida: desde a venda de homens como escravos para fins de lucro, à brutalidade em espezinhar os pobres "como o pó da terra", desde a imoralidade dos comportamentos à negação dos direitos até ao sacrilégio de apropriação dos bens do santuário. Para quem vive na fartura e na abundância, a vida do próximo e, em particular, dos pobres, muitas vezes, não tem nenhum valor. O profeta Amós, que sente a indignação para com esta situação, está ciente da responsabilidade de a denunciar publicamente para que os culpados se convertam e a vida da sociedade seja conforme os ensinamentos dados pelo Senhor. É o estilo típico dos profetas: o anúncio da Palavra de Deus torna-se sempre denúncia das injustiças e das violências contra o próximo, sobretudo, se pobre e humilde. Para Israel - assim como para os discípulos de Jesus - há uma agravante em relação aos outros povos, isto é, o terem sido libertados e ajudados pelo Senhor. Deus - recorda o profeta Amós - tinha libertado Israel dos Amorreus (os habitantes da terra de Canaã), povo forte e guerreiro, para que pudesse viver na liberdade de ser o povo da aliança com Ele. Mas Israel tornou-se orgulhoso ao ponto de pensar que podia dispensar o Senhor, considerando-se auto-suficiente. O esquecimento da misericórdia de Deus, torna arrogantes, por isso Deus abaixará Israel ("vou abrir o chão debaixo de vós") até que reconheça a própria fragilidade, a própria fraqueza e a necessidade de ser ajudado. Só em Deus está a força dos crentes, tanto ontem como hoje.