Leitura da Palavra de Deus
Aleluia aleluia, aleluia
Todo o que vive e crê em mim
não morrerá jamais.
Aleluia aleluia, aleluia
Eclesiastes 11,9-12,8
Jovem, regozija-te na tua mocidade
e alegra o teu coração na flor dos teus anos.
Segue os impulsos do teu coração
e o que agradar aos teus olhos,
mas sabe que, de tudo isso, Deus te pedirá contas.
Aleluia aleluia, aleluia
Se tu creres verás a glória de Deus
diz o Senhor.
Aleluia aleluia, aleluia
Coélet termina este pequeno livro que dirigiu aos jovens, com uma meditação sobre o «tempo da vida». Apresenta a juventude como a Primavera e a velhice como o Inverno quando deixarão de brilhar o Sol de dia e a Lua e as estrelas de noite; depois da chuva não virá logo a bonança, como depois dos temporais primaveris, mas outras nuvens. Depois do Inverno da velhice não haverá mais Primaveras; o céu acaba. E compara a vida a uma casa, outrora cheia de vida e de alegria (é o tempo da juventude) e, depois, cada vez mais deserta e decadente. O abandono e o isolamento abater-se-ão, do mesmo modo, sobre a casa do rico onde também os guardas envelhecem e tremem e os senhores se curvarão sob o peso dos anos. Com uma série de imagens, o autor sagrado descreve o declino do corpo. As forças do corpo abandonam progressivamente o velho. E chega o momento em que o homem já está a caminho da sua «morada eterna». Este cântico triste e melancónico sobre a velhice - se o enquadrarmos no contexto mais amplo das Sagradas Escrituras - não deve ser entendido como a experiência do fracasso da existência, como se esta fosse boa apenas na idade das forças. Também na velhice continuamos a ser filhos de Deus. Ou melhor, na experiência da fragilidade, podemos colher ainda mais a força de depender apenas de Deus e não das nossas forças. A velhice como a idade da dependência, deve ser "honrada", como pede o mandamento de Deus. Também porque há um ensinamento que todos nós podemos tirar do enfraquecimento que na velhice é cada vez mais evidente: é o ensinamento que todos somos frágeis, todos somos dependentes: de Deus e do próximo. Do mesmo modo, a morte que termina a existência terrena - na sua dimensão de dor e de medo, frutos do pecado - pode ser entendida no amor de Deus que nunca abandona nenhum dos Seus filhos, sobretudo nos momentos de fraqueza. Será a ressurreição de Jesus a mostrar a força do amor de Deus que não deixa cair no esquecimento os Seus filhos.