Leitura da Palavra de Deus
Aleluia aleluia, aleluia
Todo o que vive e crê em mim
não morrerá jamais.
Aleluia aleluia, aleluia
I Macabeus 11,54-74
Depois destes acontecimentos, Trifon chegou com o jovem Antíoco, que foi proclamado rei e cingiu o diadema. Todas as forças que Demétrio despedira, juntaram-se a Trifon para atacar Demétrio, obrigando-o a fugir, derrotado. Trifon apoderou-se dos elefantes e conquistou Antioquia. O jovem Antíoco escreveu a Jónatas, dizendo-lhe: «Confirmo-te no sumo pontificado. Mantenho-te à frente dos quatro distritos e quero que sejas um dos amigos do rei.» Enviou-lhe, também, vasos e utensílios de ouro, concedeu-lhe autorização de beber em copos de ouro, de vestir-se de púrpura e de trazer uma fivela de ouro. Ao mesmo tempo, nomeou o seu irmão Simão governador desde a Escada de Tiro até à fronteira do Egipto. Então, Jónatas partiu, atravessou o país ao longo do rio e percorreu as cidades. As tropas sírias juntaram-se-lhe para lutar ao seu lado. Chegou a Ascalon e os habitantes saíram a recebê-lo com grandes honras. De lá seguiu para Gaza, que lhe fechou as portas; mas ele sitiou-a, incendiou e saqueou os arredores. Então os habitantes de Gaza pediram paz, que lhes foi outorgada; mas Jónatas tomou, como reféns, os filhos dos nobres e enviou-os para Jerusalém. A seguir, percorreu todo o país até Damasco. Jónatas teve notícia de que os generais de Demétrio tinham chegado a Quedes, na Galileia, com um forte exército, com intenção de pôr fim à sua actividade. Deixou no país o seu irmão Simão e foi ao encontro deles. Simão acampou em frente de Bet-Sur, combateu-a durante muito tempo e sitiou-a. Por fim, os habitantes pediram-lhe paz. Ele concedeu-lha, mas expulsou-os da cidade, da qual se apoderou pondo nela uma guarnição. Jónatas acampou com o seu exército perto do lago de Genesaré e, pela manhã, muito cedo, penetrou na planície de Haçor. Aqui veio ao seu encontro o exército dos estrangeiros; avançava pela planície e tinha-lhes colocado emboscadas nos montes. Eles iam em frente quando os que estavam na emboscada saíram dos seus postos e travaram combate. Todos os homens de Jónatas fugiram, ficando a seu lado apenas Matatias, filho de Absalão e Judas, filho de Calfi, chefes da milícia. Jónatas, muito triste, rasgou as suas vestes, cobriu a cabeça de pó e orou. Depois, lançou-se de novo sobre os inimigos, derrotou-os e pô-los em fuga. Vendo isto, as tropas que o tinham abandonado regressaram para junto dele, e, todos juntos, perseguiram os inimigos até Quedes, onde tinham o acampamento. Ali mesmo se instalaram. Naquele dia, morreram cerca de três mil estrangeiros, e Jónatas voltou para Jerusalém.
Aleluia aleluia, aleluia
Se tu creres verás a glória de Deus
diz o Senhor.
Aleluia aleluia, aleluia
Desiludido com Demétrio, Jónatas passou para o lado de Trifão e começou a servir o novo rei Antíoco IV com a mesma fidelidade que tinha demonstrado para com o pai Alexandre. Antíoco, por sua vez, depois de se ter apoderado de Antioquia, confirmou Jónatas como sumo-sacerdote e nos seus encargos precedentes de “amigo” e “parente” (as prendas estão a significar esta segunda posição). E, além disso, nomeou-o “governador” dos quatro distritos: Efraim, Lida, Ramataim e, provavelmente, Aferema. Simão foi nomeado general (strategós) para o território que se estende ao longo da costa do mar, desde a Escada de Tiro até à fronteira com o Egipto, em Rafah. Jónatas, fortalecido pelo reconhecimento dado por Antíoco IV percorreu toda a região “do outro lado do rio”, isto é, a ocidente do Eufrates, eliminando os focos rebeldes e recolhendo tropas para Trifão, em vista do recontro eminente; encontrou apenas uma pequena resistência em Gaza. Demétrio compreendeu bem o perigo que representava o reforço de Jónatas. Enviou os seus generais à Galileia para persuadi-lo não tanto a abandonar o desígnio de submeter toda a região aquém do Eufrates sob o domínio de Antíoco IV, quanto a obrigá-lo a desistir de qualquer operação militar e, se possível, eliminá-lo. Jónatas entregou ao irmão o comando da “região” da Galileia, enquanto que ele e os seus soldados se dirigiram para a Galileia. Demétrio tinha-se estabelecido na Selêucida Marítima, de onde controlava a Cilícia, a Mesopotâmia e as cidades costeiras de Tiro, Sídon e Gaza. No Verão de 144, Demétrio enviou um contingente de soldados contra Jónatas a Cades na Galileia, decidido a destruir a potência de Jónatas. Deixando ao irmão Simão a tarefa de reconquistar e de presidiar Betsur, Jónatas acampou perto do lago de Genesar. E combateu na planície de Asor. Jónatas caiu numa emboscada e os soldados, apavorados, fugiram. A este ponto, Jónatas, desesperado, reza ao Senhor. E é neste momento que se verifica a viragem: “Perante isso, Jónatas rasgou as vestes, cobriu a cabeça de terra e rezou” (71). Finalmente, entregou-se ao Senhor, juntamente com o destino do seu povo. O gesto de rasgar as vestes pertencia ao sumo-sacerdote, enquanto representante do todo o povo. E o milagre ocorreu: “Depois saiu para a luta contra os inimigos e derrotou-os, obrigando-os a fugir” (72). “Depois”, escreve o autor sagrado, isto é, depois da oração e do arrependimento, ocorreu a vitória sobre o inimigo. A consciência do próprio pecado ajuda o crente a dirigir-se a Deus com confiança e obter a Sua ajuda.