Jornada europeia de Memória da Shoah. Leia mais
Jornada europeia de Memória da Shoah.
Leitura da Palavra de Deus
Aleluia aleluia, aleluia
Eis o Evangelho dos pobres, a libertação dos prisioneiros,
a vista dos cegos, a libertação dos oprimidos
Aleluia aleluia, aleluia
São Marcos 3,22-30
E os doutores da Lei, que tinham descido de Jerusalém, afirmavam: «Ele tem Belzebu!» E ainda: «É pelo chefe dos demónios que expulsa os demónios.» Então, Jesus chamou-os e disse-lhes em parábolas: «Como pode Satanás expulsar Satanás? Se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não pode perdurar; e se uma família se dividir contra si mesma, essa família não pode subsistir. Se, portanto, Satanás se levanta contra si próprio, está dividido e não poderá subsistir; é o seu fim. Ninguém consegue entrar em casa de um homem forte e roubar-lhe os bens sem primeiro o amarrar; só depois poderá saquear-lhe a casa. Em verdade vos digo: todos os pecados e todas as blasfémias que proferirem os filhos dos homens, tudo lhes será perdoado; mas, quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca mais terá perdão: é réu de pecado eterno.» Disse-lhes isto porque eles afirmavam: «Tem um espírito maligno.»
Aleluia aleluia, aleluia
O Filho do Homem veio para servir
quem quiser ser grande, faça-se servo de todos
Aleluia aleluia, aleluia
Este trecho evangélico é precedido por dois versículos que referem a opinião negativa que os familiares de Jesus tinham d’Ele. Perante as críticas que suscitava pela Sua obra, tentavam escusá-l’O dizendo: “Ficou louco” (20-21). De facto, estes familiares revelavam aquela estranha aliança que muitas vezes se cria entre os “familiares” e os escribas para bloquear a pregação de Jesus. Para os familiares, Jesus está louco, fora de Si, é um exagerado; para os escribas, está possuído pelo demónio. Esta última acusação, obviamente, é bem mais grave do que a primeira, porque coloca Jesus do lado do inimigo de Deus. Na verdade, agiria unicamente sob inspiração das forças do mal. Mas, o que tanto os familiares quanto os escribas não entendem, é a razão pela qual muita gente vai ter com Jesus. E todos ficam contentes, felizes, cheios de esperança sempre que O escutam. Mas é justamente isso que incomoda os escribas, os fariseus e, por fim, os próprios familiares. O bem gera sempre invejas, rompe equilíbrios ilícitos ou põe-nos em dúvida, inquieta, pede, de qualquer modo, um confronto. E os fariseus de turno ou os familiares, não suportam que Jesus, que o Evangelho, rompa os equilíbrios estabelecidos pelo próprio egocentrismo, não aceitam que a vida fuja ao controlo deles. Por isso, procuram, de todas as maneiras, desacreditá-l’O precisamente diante das pessoas. Gostariam que mais ninguém fosse ter com Ele. Quantas vezes, ainda hoje, se tenta desacreditar a Igreja ou os crentes, com mentiras e acusações totalmente gratuitas! Jesus, no entanto, responde aos escribas, depois de os ter ridicularizado com o exemplo da casa dividida em si mesma. E exorta a não confiar nas próprias forças e a não ficar seguros de si mesmo, porque corre-se o risco de subestimar a força do mal e sucumbir ao mesmo. Só Jesus é que é capaz de amarrar o homem forte (o mal) e, portanto, de não Se deixar levar por ele. Os pobres, os doentes, os pecadores, tinham-se apercebido disso e é por isso que O procuravam confiando na Sua misericórdia e na Sua força. É uma grande lição também para nós muitas vezes tentados pela auto-suficiência e incapazes de invocar a ajuda de Deus.