Memória do santo Irmão Charles de Jesus (Charles de Foucauld), "irmão universal", morto em 1916 no deserto argelino onde vivia em oração e em fraternidade com o povo tuaregue. Leia mais
Memória do santo Irmão Charles de Jesus (Charles de Foucauld), "irmão universal", morto em 1916 no deserto argelino onde vivia em oração e em fraternidade com o povo tuaregue.
Leitura da Palavra de Deus
Aleluia aleluia, aleluia
Eis o Evangelho dos pobres,
a libertação dos prisioneiros,
a vista dos cegos,
a libertação dos oprimidos
Aleluia aleluia, aleluia
Daniel 7,2-14
Assim se exprimiu Daniel: ?Considerava eu, na minha visão nocturna, os quatro ventos do céu precipitarem-se sobre o grande mar. Surgiram do mar quatro grandes animais, diferentes uns dos outros. O primeiro era semelhante a um leão, mas tinha asas de águia. Enquanto o contemplava, foram-lhe arrancadas as asas. Levantavam-no da terra e endireitavam-no sobre os pés como um homem. Depois, deram-lhe um coração de homem. Em seguida, apareceu um segundo animal semelhante a um urso; erguia-se sobre um dos lados e segurava na goela, entre os dentes, três costelas. Diziam-lhe: ‘Vamos! Devora muita carne!' Depois disto, vi um terceiro animal parecido com uma pantera, que tinha sobre o dorso quatro asas de ave e também quatro cabeças. Foi-lhe entregue a soberania. Enfim, quando contemplava estas visões nocturnas, divisei um quarto animal, horroroso, aterrador, e de uma força excepcional. Tinha enormes dentes de ferro; devorava, depois fazia em pedaços e o resto calcava-o aos pés. Era diferente dos animais anteriores, pois tinha dez chifres. Quando eu contemplava os chifres, eis que surgiu do meio deles um outro chifre mais pequeno. Para dar lugar a este chifre, três dos primeiros foram arrancados. Este chifre tinha olhos como um homem e uma boca que proferia palavras arrogantes.? ?Continuava eu a olhar, até que foram preparados uns tronos, e um Ancião sentou-se. Branco como a neve era o seu vestuário, e os cabelos da cabeça eram como de lã pura; o trono era feito de chamas, com rodas de fogo flamejante. Corria um rio de fogo que jorrava da parte da frente dele. Mil milhares o serviam, dez mil miríades lhe assistiam.
O tribunal reuniu-se em sessão e foram abertos os livros.
Aleluia aleluia, aleluia
O Filho do Homem veio para servir
quem quiser ser grande, faça-se servo de todos
Aleluia aleluia, aleluia
Daniel sente-se ?com o espírito perturbado? (v. 15). Quando a história se complica, o futuro torna-se incerto, o mal incumbente, é instintivo sentir-se sem forças, deixar-se levar pela resignação. A força de Daniel está em não se calar, em continuar a fazer perguntas ao Senhor, o único que o pode ajudar a decifrar os eventos. A Palavra de Deus ajuda-nos a não ficarmos em silêncio, a questionarmo-nos não aceitando a história como um destino inelutável. A linguagem do livro de Daniel, que será retomada depois no Apocalipse de João, procura conhecer os segredos obscuros do mundo e ajuda-nos a responder às perguntas dos tempos difíceis e complexos, como o são também os que vivemos hoje. As quatro feras representam os diferentes Impérios que se seguiram depois do século VII. A eles junta-se o último reino, talvez o mais terrível para os habitantes da Judeia e de Jerusalém, o de Antíoco IV Epifânio (o pequeno chifre), o grande perseguidor de quem se voltará a falar, sobretudo na segunda parte do livro. No âmbito de uma história terrível e caracterizada pela soberba do poder, que tudo submete e destrói, Deus não abandona o Seu povo ao poder do mal. Aparecem a Daniel o Senhor com a Sua corte celeste (o ancião sentado no trono e os milhares que o servem) e ?um filho de homem?, figura messiânica que Jesus refere a Si mesmo nos Evangelhos (Mc 13, 26). Deus vem para restabelecer a justiça a favor daqueles que se mantiveram fiéis a Ele e que continuaram a acreditar na força do Seu amor. Não deixará que sejam aniquilados pelo mal. ?O filho de homem?, Jesus Filho de Deus, virá sobre as nuvens do Céu e na Sua ressurreição mostrará a todos a vitória sobre a morte do Deus da vida. Confiemos no Senhor para sermos salvos por Aquele a quem Ele confiou o poder de nos salvar.