Oração pela unidade dos cristãos. Memória particular das Igrejas e comunidades eclesiásticas protestantes (luteranas, reformadas, metodistas, baptistas, pentecostais e evangélicas). Leia mais
Oração pela unidade dos cristãos. Memória particular das Igrejas e comunidades eclesiásticas protestantes (luteranas, reformadas, metodistas, baptistas, pentecostais e evangélicas).
Leitura da Palavra de Deus
Aleluia aleluia, aleluia
Todo o que vive e crê em mim
não morrerá jamais.
Aleluia aleluia, aleluia
Morto Saul, David regressou da derrota que infligiu aos amalecitas e esteve dois dias em Ciclag. Ao terceiro dia, apareceu um homem que vinha do acampamento de Saul, com as vestes rasgadas e a cabeça coberta de pó. Chegando perto de David, prostrou-se por terra e fez-lhe uma profunda reverência. David perguntou: «De onde vens?» Respondeu ele: «Escapei do acampamento de Israel.» Disse-lhe David: «Que aconteceu? Conta-me tudo.» Ele respondeu: «As tropas fugiram do campo de batalha, muitos tombaram, e Saul assim como seu filho Jónatas pereceram.» Então, David rasgou as suas vestes, e todos os que estavam com ele o imitaram. E prantearam, choraram e jejuaram até à tarde, por amor de Saul, de seu filho Jónatas, do povo do Senhor e do povo de Israel, porque tinham sido passados ao fio da espada. Então, David compôs a seguinte lamentação sobre a morte de Saul e de seu filho Jónatas. «A Honra de Israel pereceu sobre as colinas!
Tombaram os heróis!
Aleluia aleluia, aleluia
Se tu creres verás a glória de Deus
diz o Senhor.
Aleluia aleluia, aleluia
O Segundo livro de Samuel inicia com a narração da morte de Saul provocada por um amalecita. No conto do amalecita não transparece nenhuma perturbação por aquilo que ele tinha feito. É como se se tivesse tratado de uma acção qualquer. Perante esse conto, David indigna-se, não só pela morte de Saul e de Jónatas, como também porque o amalecita "se atreveu a levantar a mão para matar o ungido do Senhor". David manda matá-lo. Este, gabando-se de ter morto Saul, enaltecia-se de um gravíssimo sacrilégio contra a santidade de Deus que tinha escolhido Saul como o "ungido de Israel". Com esse gesto, David parece orientado a extirpar uma praxe que começava a tornar-se corrente na consolidação da jovem monarquia de Israel, isto é, a de matar um rei já fraco para cair na graça do seu sucessor (cf. 4, 5-12). Com Jesus, o relacionamento entre os homens deveria ser regulado de maneira radicalmente diferente: o amor e não a vingança deve reinar entre os homens. Só nesta perspectiva - que requer uma profunda conversão do coração - é que a violência poderá ser extirpada de raiz. O perdão deverá destroçar a vingança. David deseja que a sua desesperada lamentação pela morte de Saul e de Jónatas, permaneça impressa na memória dos "filhos de Judá". Por três vezes pergunta: "Como caíram os valentes?". A pergunta de David exorta todos a reflectir sobre a verdadeira causa do mal que se tinha abatido sobre todo o povo. A resposta é implícita: o Senhor afastou-se de Israel abandonando-o nas mãos dos seus inimigos. Na verdade, foi Saul quem se afastou do Senhor confiando nas palavras de uma necromante de Endor. E a sua culpa atingiu todo o povo de Israel. O pecado traz sempre consequências para a comunidade: estamos sempre ligados uns aos outros, tanto no bem quanto no mal. De qualquer modo, David presta honras a Saul como a um rei de Israel a quem reconhece a unção divina. O pecado dele não anula o amor de Deus. E a lamentação por Jónatas é caracterizada por um amor totalmente extraordinário. David exalta não só o amigo mas também o homem fiel que quis partilhar até ao fim a mesma triste sorte de seu pai. Neste entrelaçamento de dor, preanuncia-se aquele laço fraterno que nasce não da carne ou do sangue mas da adesão ao Evangelho, aquela amizade que leva a dar a vido pelos próprios amigos.