ORAÇÃO TODOS OS DIAS

Ora??o do Dia do Senhor
Palavra de deus todos os dias
Libretto DEL GIORNO
Ora??o do Dia do Senhor
Domingo, 10 de Mar?o

Homilia

Este domingo ? chamado laetare (domingo da alegria) da primeira palavra da Liturgia. A Igreja convida a interromper a severidade do tempo quaresmal. A cor roxa, sinal pr?prio de um tempo de penit?ncia, cede o passo ao cor-de-rosa, pela let?cia que ? dada hoje ao nosso cora??o, como que a antecipar a alegria da P?scoa. A serenidade que encontramos nesta liturgia n?o prov?m de n?s mesmos, ? uma d?diva do alto; n?o prov?m da nossa honestidade ou de outras nossas qualidades, encontra a sua raz?o de ser no facto que algu?m nos recebe tal como somos, sem sequer um exame pr?vio.
O Evangelho inicia notando que ?todos os cobradores de impostos e pecadores se aproximavam de Jesus para O escutar. Mas os fariseus e os doutores da Lei criticavam Jesus, dizendo: Este homem acolhe os pecadores e come com eles?. O evangelista parece real?ar com satisfa??o este estranho p?blico que se junta ? volta de Jesus. Para os fariseus, pelo contr?rio, ? sinal de esc?ndalo, porque a comunh?o da mesa com os pecadores, significava envolvimento nas suas impurezas. Portanto, a acusa deles contra Jesus n?o era de pouco peso. Mas esta cena que ? de esc?ndalo para os tradicionalistas, para n?s ? Evangelho, ?Boa Nova?. ? deveras uma boa not?cia que Jesus frequente os pecadores. De resto, a liturgia dominical n?o ? o banquete de Jesus connosco, pecadores? N?o conversa Ele connosco? N?o Se doa, para comermos do Seu p?o e bebermos do Seu c?lice? Sim, na liturgia do domingo, realizam-se sempre estes tr?s vers?culos do Evangelho de Lucas. Seja louvado o Senhor por este dom grande e certamente n?o merecido! S? quem se sente ?com a consci?ncia tranquila? ? que n?o percebe esta p?gina evang?lica e n?o consegue saborear a alegria que dela emana. S? quem n?o precisa de ser acolhido, perdoado e abra?ado ? que raciocina como os fariseus e os escribas. E ? primeira vista, a grave acusa??o deles ? mais do que sensata.
Como se defende, Jesus? N?o falando de Si, mas do Pai. E conta a par?bola conhecida como a par?bola do ?filho pr?digo? (seria melhor cham?-la do ?pai misericordioso?). Talvez seja uma das p?ginas evang?licas mais perturbantes. Inicia com o pedido do filho mais novo que quer a sua parte de heran?a. Mal a obt?m, abandona a casa. A sua vida, inicialmente brilhante e cheia de satisfa??es, ? depois tocada pela viol?ncia da carestia e do abandono dos amigos. Fica sozinho e ? obrigado a fazer de porqueiro como ?nico modo para sobreviver! At? os porcos est?o melhor do que ele: ?Queria matar a fome com a vianda que os porcos comiam, mas nem isso lhe davam? (v. 16), comenta tristemente o evangelista.
A vida deste filho est? quebrada, como trespassados est?o os seus sentimentos. Como lhe custa recordar os dias em que estava em casa de seu pai! Mas ? justamente a amargura da vida em que caiu a faz?-lo voltar a si: ?Quantos empregados do meu pai t?m p?o com fartura, e eu aqui a morrer de fome! Vou levantar-me, vou ter com o meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra Deus e contra ti, trata-me como um dos teus empregados?. O jovem ergue-se da sua triste condi??o e encaminha-se para casa. O pai est? ? espera. O evangelista convida-nos a v?-lo. Podemos imagin?-lo no terra?o de casa que olha ao longe, para o horizonte, na esperan?a de ver o filho regressar: quando o filho ?ainda est? longe?, o pai avista-o e ?cheio de compaix?o corre ao seu encontro, abra?a-o e cobre-o de beijos?. Ainda n?o sabe porque ? que o filho regressou, nem sabe o que lhe dir?, mas n?o interessa. O que conta ? que regressou. N?o lhe deixa dizer nada e abra?a-o. O cora??o do filho solta-se e, do mesmo modo, a l?ngua. Profere poucas palavras. Parece que o pai nem as ouve e, depois de t?-lo vestido com roupas novas, com sand?lias nos p?s e com o anel no dedo, ordena que se fa?a imediatamente uma grande festa. Tudo sucede num curto espa?o de tempo.
O filho mais velho, todo casa e trabalho como se diz normalmente, regressa dos campos. Mas logo que sabe do motivo da festa, zanga-se e n?o quer entrar. Mais uma vez ? o pai que sai. Vai ao encontro do filho e exorta-o a compreender a beleza do que est? a acontecer e convida-o a entrar e a festejar tamb?m. Aquele filho, por?m, n?o s? n?o entra como tamb?m profere palavras duras contra o pai: ?Eu trabalho para ti h? tantos anos, nunca desobedeci a nenhuma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para eu festejar com os amigos. Quando chegou esse teu filho, que devorou os teus bens com prostitutas, matas o novilho gordo!?. O pai responde com do?ura: ?Est?s sempre comigo?, e com firmeza acrescenta: ?? preciso festejar?. Compreendeu tamb?m que aquele filho estava longe, mesmo estando dentro de casa. Apesar de ser o filho mais velho, n?o compreende o amor do pai nem a necessidade de afecto e de perd?o que o irm?o mais novo tem. O pai mant?m-se firme com ele: n?o aceita que fique fechado na tristeza do seu ego?smo. ? uma firmeza que manifesta um amor t?o grande, como o que tinha mostrado para o filho mais novo. Numa sociedade avarenta em acolher os humildes, pouco disposta a perdoar, esta par?bola ?, na verdade, uma Boa Not?cia, um Evangelho. Os homens precisam de um pai como este, de uma casa como esta, onde n?o s? somos acolhidos como tamb?m somos abra?ados com alegria.

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