Festa da Cátedra de São Pedro. Leia mais
Festa da Cátedra de São Pedro.
Leitura da Palavra de Deus
Louvor a Vós, Ó Senhor, Rei de eterna glória
Eis o Evangelho dos pobres,
a libertação dos prisioneiros,
a vista dos cegos,
a libertação dos oprimidos
Louvor a Vós, Ó Senhor, Rei de eterna glória
I Coríntios 4,14-21
Não escrevo estas coisas para vos envergonhar, mas para vos admoestar, como a meus filhos muito queridos. Na verdade, ainda que tivésseis dez mil pedagogos em Cristo, não teríeis muitos pais, porque fui eu que vos gerei em Cristo Jesus, pelo Evangelho. Rogo-vos, pois, que sejais meus imitadores. Foi por isso que vos enviei Timóteo, meu filho muito querido e fiel no Senhor; ele vos recordará as minhas normas de conduta em Cristo, tais como as ensino por toda a parte, em todas as igrejas. Julgando que eu não iria ter convosco, alguns tornaram-se insolentes. Mas, se o Senhor quiser, espero ir em breve ter convosco e tomar conhecimento, não das palavras, mas da acção desses insolentes. Pois o Reino de Deus não está nas palavras, mas na acção. Que preferis? Que vá ter convosco com a vara ou com amor e espírito de mansidão?
Louvor a Vós, Ó Senhor, Rei de eterna glória
O Filho do Homem veio para servir
quem quiser ser grande, faça-se servo de todos
Louvor a Vós, Ó Senhor, Rei de eterna glória
Paulo reivindica com paixão a sua paternidade sobre a comunidade, sabendo muito bem que a unidade não é fruto simplesmente da boa vontade de cada um, mas sim da paternidade da pregação do Evangelho. E o apóstolo, levado pelo Espírito, colocou o Evangelho de Jesus como fundamento da família cristã de Corinto. Por isso lembra-lhes: “Fui eu quem vos gerou em Jesus Cristo, através do Evangelho”. Ele continua a ser a garantia da comunhão deles e, portanto, da unidade deles. E pode acrescentar não para uma exortação moral, mas para evidenciar uma vital ligação espiritual: “Sede meus imitadores!”. A imitação está no plano da sua relação com Cristo como dirá na primeira Carta aos Coríntios: “Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo” (1Cor 11, 1). Os cristãos de Coríntio devem ligar-se a Cristo como Paulo fez. Não aplicar ou esquecer essa relação, significa tirar os alicerces à própria vida da comunidade cristã. Há, na comunidade cristã, uma relação de paternidade e de filhos entre os membros que está ínsito na própria estrutura da Igreja. E é nesta perspectiva que Paulo enviou Timóteo para junto dos Coríntios para continuar a sua própria pregação. O discípulo que tem a tarefa da pregação deve “fazer com que se lembrem” do Evangelho que foi anunciado, deve mantê-l’O vivo na vida da comunidade para que não se perca ou se torne insípido. É o sentido vivo da tradição da Igreja. Se quem anuncia o Evangelho deve sentir a responsabilidade “paterna” para que a Palavra de Deus seja gerada no coração daqueles que O escutam, estes últimos são exortados a viverem como filhos do Evangelho. O orgulho não pára de insinuar no coração o abandono dos filhos pensando que o crescimento na vida espiritual corresponda a um caminho em direcção de uma espécie de orgulhosa auto-suficiência. Na verdade é exactamente o contrário: o discípulo cresce interiormente na medida em que cresce na consciência dos seus filhos. Por isso, Cipriano de Cartago afirma: “Não se pode ter Deus por Pai, se não se tem a Igreja por Mãe”. Nos filhos da Igreja, os discípulos encontram a própria “potência”, a própria força.