ORAÇÃO TODOS OS DIAS

Oração do Dia do Senhor
Palavra de deus todos os dias
Libretto DEL GIORNO
Oração do Dia do Senhor
Domingo, 25 de Agosto

Homilia

A liturgia deste domingo começa com a visão da salvação na perspectiva de Deus: “Eu - diz o Senhor - virei para reunir todos os povos e todas as línguas. Todos virão para admirar a minha glória” (Is 66, 18). Podemos dizer que Deus não esconde o Seu projecto de salvação, isto é, de fazer uma só família com todos os povos da Terra; pelo contrário, manifesta-o desde os tempos da primeira aliança com Israel. Isaías, embora falasse só ao povo de Israel, prefigurava o dia em que todos os povos da Terra se reuniriam no Monte Santo para louvar o único Senhor. Na verdade, já na primeira página das Escrituras aparece com evidência esse respiro universal de salvação: em Adão e Eva estão reunidos todos os homens e mulheres de qualquer nação e de qualquer tempo. E Noé, salvo do dilúvio, recebe de Deus um pacto de aliança em nome de toda a humanidade. O Senhor, desde sempre é amigo dos povos e desde as origens deseja a salvação de todos os homens e de todas as mulheres. A salvação é um dom do Céu para todos; e a todos o Senhor quer dá-la. No entanto, ninguém a pode reclamar por direito ou apoderar-se dela por nascimento ou por simples pertença exterior. A salvação não é propriedade de uma etnia, de um grupo, de uma comunidade, de um povo, de uma nação, de uma civilização.
No Evangelho de Lucas anunciado neste domingo, alguém pergunta a Jesus: “Senhor, é verdade que são poucos aqueles que se salvam?” (13, 23). Na verdade, a opinião corrente baseava-se na convicção de que bastava pertencer ao povo eleito para participar no reino futuro. Esta pergunta, pelo contrário, parece sugerir que não é suficiente pertencer ao povo eleito para obter a salvação. Jesus está de acordo, mas vai mais além. Não responde directamente ao interlocutor e dirige-se a todos dizendo: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque vos digo: muitos tentarão entrar e não conseguirão” (v. 24). Jesus evidencia que a porta é estreita, mas que ainda está aberta; no entanto, o tempo tornou-se breve e está para se fechar. É preciso, portanto, entrar porque o dono da casa “levantar-se-á e fechará a porta”. E se ficarmos de fora, talvez porque nos demoramos demasiado com as nossas próprias coisas, já não é suficiente bater repetidamente, gabando pertenças, costumes e até benemerências. O senhor não abrirá.
Eis, pois, a questão central colocada por Jesus através da imagem da porta: é urgente aderir ao Evangelho. Portanto, a salvação não consiste simplesmente em se ser membro de um povo e nem sequer pertencer a uma comunidade. Não é questão de participar em ritos (até mesmo o dominical!), mas aderir logo ao Senhor com todo o coração e com toda a vida. Também na Igreja pode existir o mesmo hábito censurado ao farisaísmo: viver com a soberba e a segurança de não ter de corrigir nada do próprio comportamento; viver observando práticas exteriores, mas tendo o coração endurecido, longe de Deus e dos homens. Enquanto a indiferença parece prevalecer e o hábito de nos fecharmos em nós mesmos parece reforçar-se, é deveras urgente que cada um reencontre a própria profundidade espiritual na escuta fiel do Evangelho, no serviço aos mais pobres e na vida fraterna entre todos. Pelo contrário, não é raro que os crentes individualmente, bem como as próprias comunidades cristãs, se deixem surpreender pela mentalidade mesquinha e egoísta deste mundo e se fechem no seu mundo e nos seus problemas.
Sabemo-lo por experiência: a porta do egoísmo é larga, sempre escancarada e atravessada por muitíssimos. Tem razão a Carta aos Hebreus em nos recordar a correcção. Sim, a correcção do nosso coração, do nosso comportamento. E a porta é o Evangelho. É verdade que é estreita, mas não por si. É estreita em relação aos numerosos e longos ramos que brotam do nosso egoísmo. É estreita em relação aos numerosos e longos ramos do orgulho, do ódio, da avareza, da maledicência, da indiferença, da inveja e de tantas outras coisas. Estes ramos desenvolveram-se e adensaram-se de tal maneira que nos torna quase impossível passar por aquela porta. Quem acolhe o Evangelho com o coração é como se sofresse uma poda. E é verdade, como escreve a Carta aos Hebreus que, “no momento em que é aplicada, qualquer correcção parece não ser motivo de alegria, mas de tristeza; porém, mais tarde, produz um fruto de paz e de justiça” (v. 11). E o fruto é o de entrar na grande sala preparada pelo Senhor, onde “muita gente virá do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus” (Lc 13, 29). Nós desde já, nesta Sagrada Liturgia, podemos saborear esta festa e alegrarmo-nos com homens e mulheres que dantes nos eram desconhecidos e que agora se tornaram irmãos e irmãs, participantes da única família de Deus. Por isso, Jesus pode repetir-nos o que já disse aos que O escutavam: “Felizes os olhos que vêem o que vós vedes. Pois, Eu digo-vos que muitos profetas quiseram ver o que vós vedes e não puderam ver; quiseram ouvir o que vós ouvis e não puderam ouvir” (Lc 10, 23-24).

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