ORAÇÃO TODOS OS DIAS

Oração do Dia do Senhor
Palavra de deus todos os dias
Libretto DEL GIORNO
Oração do Dia do Senhor
Domingo, 22 de Março

Homilia

“Queremos ver Jesus”. Este é o pedido de alguns gregos que tinham ido ao culto durante a festa. “Queremos ver” Aquele Mestre que fala como nenhum homem o tinha feito. “Queremos ver” Aquele que tem compaixão, que explica tudo, que vai ter com o próximo, que chora por um amigo que morreu. “Queremos ver” Aquele que tem misericórdia dos pecadores, que torna possível o caminho da salvação, que não veio julgar mas salvar o mundo. “Queremos ver Jesus”. É o pedido do nosso mundo perdido, confuso, marcado pela violência e pela guerra, arrebatado pelas razões do conflito que endurecem os corações, que semeia largamente inimizades, que armam as mãos e as ideias de muitos. “Queremos ver Jesus” para esperar o que hoje parece impossível esperar. Precisamos de alguém que nos explique o que fazer e que nos faça compreender que as únicas razões válidas são as do amor. “Queremos ver Jesus” para não aceitar a lógica da violência, porque precisamos de olhar para a frente, de escutar palavras do coração, verdadeiras, credíveis, humanas, desinteressadas. “Queremos ver Jesus”, porque tentamos ser diferentes e não sabemos como fazer; porque não nos podemos perdoar sozinhos e precisamos d’Aquele que torna novo o que é velho e liberta dos laços do mal.
“Se o grão de trigo não cai na terra e não morre, fica sozinho. Mas, se morre, produz muito fruto”, diz Jesus. Não foi suficiente para Ele descer à Terra, se bem que já isso demonstrava o Seu incrível amor pelos homens. Quis dar toda a Sua vida até ao fim, até à última hora, ao último instante. Não é que Jesus procurasse a morte. Antes pelo contrário, tinha medo de morrer. Na Carta aos Hebreus que lemos como segunda leitura, está escrito: “Durante a sua vida na Terra, Cristo fez orações e súplicas a Deus, em voz alta e com lágrimas, ao Deus que O podia salvar da morte, e Deus escutou-O porque Ele foi submisso”. No entanto – e é aqui que reside o grande mistério da Cruz – a obediência ao Evangelho e o amor pelos homens foram para Jesus mais preciosos do que a Sua própria vida.
Na verdade, não tinha vindo para a Terra para “ficar só”, mas para dar “muitos frutos”. E indica o caminho para dar frutos com as seguintes palavras: “Quem tem apego à sua vida vai perdê-la; quem despreza a sua vida neste mundo vai conservá-la para a vida eterna”. É uma frase que parece incompreensível e, nalguns aspectos é, por ser totalmente alheia ao senso comum. Todos queremos conservar a vida, guardá-la, preservá-la, poupá-la da fadiga e da generosidade. Ninguém “despreza” a própria vida, como parece, pelo contrário, sugerir o texto evangélico. Basta pensar no zelo que todos temos pelo nosso corpo e nos sofisticados cuidados que lhe reservamos. O Evangelho fala uma outra linguagem que parece severa, mas que é realística, verdadeira. O sentido destes dois termos (apego e desprezo) deve ser entendido na esteira da própria vida de Jesus, do Seu modo de Se comportar, de amar, de Se empenhar, de pensar, de Se preocupar. Isto é, Jesus viveu toda a Sua vida a amar os homens mais do que a Si mesmo. E a Cruz é a hora em que este amor se manifesta na sua clareza mais elevada.
A vida de todos nós é como um grão que pode dar frutos extraordinários, mesmo para além da nossa tão breve existência e das nossas capacidades tão limitadas. A escolha de Jesus não é indolor. O Seu amor não é um sentimento vazio ou uma sensação, mas uma escolha forte, apaixonada que enfrenta o mal porque é mais forte do que o mal! “Agora estou muito perturbado”, refere Jesus. O verbo significa “cheio de medo”, “triste até à morte”. Pobre Jesus! Perturba-Se diante do mal, como qualquer homem. Mas não foge, à procura de uma situação nova; não Se refugia nas coisas que devem ser feitas; não descarrega a responsabilidade nos outros; não deixa de pensar; não negoceia com o inimigo; não amaldiçoa; não Se ilude com a força da espada. Jesus entrega-Se ao Pai do Céu que Lhe confiou a missão de salvar os homens da morte. A vitória sobre a perturbação não é o fatalismo ou a coragem, mas a confiança no amor do Pai que dá a glória, isto é, a plenitude daquilo que cada um de nós é. Jesus diz: “E o que vou dizer: Pai, livra-Me desta hora?”. “Não, entrega-Se ao Pai. Também nós podemos seguir o Seu exemplo na hora do sofrimento, da tristeza, das trevas, para que na nossa fraqueza possamos ver a glória de Deus, isto é, se manifeste a força extraordinária do amor.
E o Pai não negou a Sua voz que veio do Céu: “Manifestei a glória do meu Nome e vou manifestá-la de novo”. Jesus explica às pessoas que aquela voz veio para eles e não para Si. É a voz do Evangelho, que nos leva a abrir os olhos, a não adiar para amanhã, mas a entender hoje o segredo daquele grão de trigo que morre para dar fruto.

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