Oração pela unidade dos cristãos. Memória particular das comunidades cristãs na Europa e nas Américas. Leia mais
Oração pela unidade dos cristãos. Memória particular das comunidades cristãs na Europa e nas Américas.
Leitura da Palavra de Deus
Aleluia aleluia, aleluia
O Espírito Santo virá sobre ti
Aquele que nascer de ti será santo.
Aleluia aleluia, aleluia
Salmo 39 (40), 2-3.7-8.10-11
2 Esperei ansiosamente pelo Senhor,
Ele inclinou-Se para mim,
e ouviu o meu grito.
3 Fez-me subir da cova fatal,
do pântano lodoso;
colocou os meus pés sobre a rocha,
e firmou os meus passos.
7 Não queres sacrifício, nem ofertas,
mas abriste os meus ouvidos.
Tu não pedes holocaustos pelo pecado.
8 Então eu digo: “Aqui estou.
Como está escrito no livro
10 Anunciei a tua justiça
na grande assembleia,
e não fechei os lábios:
Senhor, Tu bem o sabes.
11 Não escondi a tua justiça dentro do coração,
falei da tua fidelidade e da tua salvação.
Não ocultei o teu amor e a tua verdade
diante da grande assembleia.
Aleluia aleluia, aleluia
Eis, Senhor, os vossos servos:
Faça-se em nós segundo a vossa palavra
Aleluia aleluia, aleluia
A liturgia, que há alguns dias nos fez rezar com os últimos versículos do Salmo 39, hoje coloca nos nossos lábios as primeiras estrofes do Salmo. O crente agradece ao Senhor porque Ele veio em sua ajuda enquanto se encontrava em perigo de vida. Rezou insistentemente ao Senhor e Ele veio para o salvar. Quando o salmista insiste em dizer “Esperei ansiosamente pelo Senhor”, quer realçar que a esperança no Senhor está bem depositada. O Senhor nunca desilude quem n’Ele confia. De facto, continua o salmista: “e Ele inclinou-Se para mim, e ouviu o meu grito” (v. 2). O Senhor é um pai bom que está atento ao grito dos filhos, escuta-os e logo Se debruça para os socorrer. Esta pronta misericórdia de Deus faz brotar do coração do crente um “cântico novo”. O salmista, como que a querer realçar a primazia da misericórdia de Deus, deixa a Deus a iniciativa: “Pôs na minha boca um cântico novo, um louvor ao nosso Deus” (v. 4). O crente depositou só em Deus a própria confiança “Ele não se volta para os soberbos, nem para os seguidores da mentira” (v. 5). Toda e qualquer idolatria é banida. Só Deus é que é o Senhor da sua vida. É esta a fé do crente bíblico: não se trata de rituais nem de regras, mas de coração, de confiança, de entrega total a Deus. Por isso, o salmista pode dizer: “não queres sacrifícios nem ofertas... Tu não pedes holocaustos pelo pecado” (v. 7). O crente compreende que a fé não provém de rituais sacrificais mas apenas da escuta de Deus. Por isso, o salmista canta: “abriste os meus ouvidos”, escutou a Palavra do Senhor e eis imediatamente a resposta: “então eu digo: aqui estou” (v. 7). Transparece, nestas breves frases, a dimensão interior da fé bíblica, uma fé que plasma o coração e ilumina as atitudes. É uma fé interior mas não privada. O crente sente a necessidade de testemunhar à assembleia o amor que recebeu do seu Senhor: “Anunciei a tua justiça na grande assembleia, e não fechei os lábios: Senhor, Tu bem o sabes” (v. 10). É verdade, o testemunho público do Senhor é parte essencial da fé bíblica. Com efeito, o Senhor não salva de maneira individual, cada um separadamente dos outros. O Senhor salva reunindo-nos todos num povo, arrebatando-nos das correntes da solidão e da morte. O povo dos salvados por Deus e, aqui podemos juntar Israel e a Igreja, é chamado a testemunhar ao mundo, cada um à sua maneira, que o amor transforma os corações e reúne os dispersos. Por isso, o crente canta: “Não escondi a tua justiça dentro do coração” (v. 11). É parte da fé ser-se testemunhas visíveis do amor de Deus a todos os homens, ninguém excluído: “Não ocultei o teu amor e a tua verdade diante da grande assembleia” (v. 11) canta o salmista. A toda a assembleia o Senhor confia a missão de mostrar ao mundo a força transformadora do Seu amor.