Decorridos seis anos da trágica descoberta dos corpos de Yaquine e Fodé, os dois jovens da Guiné Conacri que morreram de frio enquanto tentavam alcançar a Europa no trem de aterragem de um avião, a 3 de Agosto passado repetiu-se o mesmo drama. A poucas horas de distância, no aeroporto de Paris e no de Bruxelas, durante normais inspecções, foram descobertos os corpos sem vida de outros dois rapazes. Também eles provenientes da África e tinham em comum o sonho de um futuro digno. O primeiro tinha apenas 15 anos, a mesma idade de Yaquine e Fodé e tinha no bolso dinheiro da Guiné: das primeiras averiguações pensa-se que possa ter subido no avião durante uma escala em Kinshasa, a capital da República democrática do Congo. O segundo, com idade entre os 20 e 30 anos, foi encontrado em Bruxelas no trem de um avião proveniente de Casablanca, em Marrocos.A Comunidade de Santo Egídio exprime os seus sentimentos às vítimas destas viagens do desespero muitas vezes ignorados pelos mídia e pela opinião pública. Na carta-testamento de Yaguine e Fodé, dos quais se falou muito há seis anos atrás, olhava-se para a Europa como a um modelo, elogiavam-se as suas escolas, os seus hospitais, as suas condições de vida mais humanas em ralação às de tantos países africanos, vítimas da guerra e percorridos por graves conflitos étnicos e sociais. A Comunidade, presente em tantas regiões deste continente, dirige um apelo para que a África não seja esquecida e para que se continue a trabalhar em prol do seu desenvolvimento e do seu resgate |