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5 Março 2015

Na tradição da Igreja existe uma bagagem de sapiência que sempre sustentou uma cultura de proximidade aos anciãos,

uma disposição ao acompanhamento carinhoso e solidário na parte final da vida.

 
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 Na tradição da Igreja existe uma bagagem de sapiência que sempre sustentou uma cultura de proximidade aos anciãos, uma disposição ao acompanhamento carinhoso e solidário na parte final da vida. Esta tradição está arraigada na Sagrada Escritura, como testemunham por exemplo estas expressões contidas no Livro do Sirácide: «Não desprezes os ensinamentos dos anciãos, dado que eles os aprenderam com os seus pais. Estudarás com eles o conhecimento e a arte de responder de modo oportuno» (Eclo 8, 11-12).

A Igreja não pode e não quer conformar-se com uma mentalidade de intolerância, e muito menos de indiferença e de desprezo, em relação à velhice. Devemos despertar o sentido comunitário de gratidão, de apreço e de hospitalidade, que levem o idoso a sentir-se parte viva da sua comunidade.

Os anciãos são homens e mulheres, pais e mães que antes de nós percorreram o nosso próprio caminho, estiveram na nossa mesma casa, combateram a nossa mesma batalha diária por uma vida digna. São homens e mulheres dos quais recebemos muito. O idoso não é um alieno. O idoso somos nós: daqui a pouco, daqui a muito tempo, contudo inevitavelmente, embora não pensemos nisto. E se não aprendermos a tratar bem os anciãos, também nós seremos tratados assim.

Nós, idosos, somos todos um pouco frágeis. No entanto, alguns são particularmente débeis, muitos vivem sozinhos, marcados por uma enfermidade. Outros dependem de curas indispensáveis e da atenção dos outros. Daremos por isso um passo atrás, abandonando-os ao seu destino? Uma sociedade sem proximidade, onde a gratuitidade e o afago sem retribuição — inclusive entre estranhos — começam a desaparecer, é uma sociedade perversa. Fiel à Palavra de Deus, a Igreja não pode tolerar estas degenerações. Uma comunidade cristã em que a proximidade e a gratuitidade deixassem de ser consideradas indispensáveis perderia juntamente com elas também a sua alma. Onde não há honra pelos idosos não há porvir para os jovens.